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Magistrado reclama de viciados na porta do TJ

Desembargador diz ser um 'insulto' migração da cracolândia para a Sé

Para Antonio Carlos Malheiros, operação é 'desastrada'; PM diz que migração de viciados era esperada

LÉO ARCOVERDE
DO "AGORA"

Expulsos da rua Helvétia pela ação da Polícia Militar na cracolândia (região central de SP), iniciada há dois meses, dezenas de viciados agora fumam crack diariamente, em plena luz do dia, em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, na Sé.

Na avaliação do desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador da Infância e Juventude do órgão, a nova aglomeração "é um insulto" e "uma coisa que hostiliza o nosso Judiciário".

A reportagem flagrou anteontem e ontem cerca de 30 usuários aglomerados fumando numa escadaria da praça Clóvis Beviláqua, a cem metros do tribunal.

Crítico da chamada Ação Integrada Centro Legal, a qual classifica como "desastrada", Malheiros ressaltou, porém, que o órgão não tomará nenhuma providência para dispersar o grupo.

Ele diz considerar a aglomeração tão grave quanto as verificadas em ruas como Guaianases, na República, e Coronel Julio Marcondes Salgado, em Santa Cecília, ambas no centro.

O desembargador disse, também, ter retomado o plano de fazer audiências em ruas da cracolândia para colher depoimentos e retirar crianças e adolescentes viciados das ruas com ações judiciais. A ideia é que defensores e promotores de Justiça também participem dessa ação.

OUTRO LADO

O coronel Wagner Rodrigues, do CPMA 1 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), disse que a PM está atenta e realiza abordagens a drogados que hoje se aglomeram nas imediações do Tribunal de Justiça.

A PM já mapeou, diz o coronel, dez locais para onde os viciados migraram. A corporação diz atuar nesses locais, apesar de não divulgar os endereços para a reportagem.

A apreensão de drogas na cracolândia tem diminuído desde o início da operação, em 3 de janeiro.

Segundo dados oficiais, a apreensão de crack, que foi de 3,6 quilos no primeiro mês, foi de pouco mais de 1 kg no segundo mês.

A quantidade de maconha apreendida caiu de 43,5 kg para 300 gramas de um mês para o outro.

A Polícia Militar disse que a queda de apreensões já era esperada e que a ação continua em toda a região.

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