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Hopi Hari admite 'sucessão de falhas' em morte de jovem

Parque ficará fechado até conclusão de perícia geral em todos os brinquedos

Medida ocorre após funcionários terem afirmado que alertaram direção sobre problema em trava de assento

MARÍLIA ROCHA
ENVIADA ESPECIAL A VINHEDO

O Hopi Hari admitiu ontem que o acidente que matou uma garota de 14 anos em um de seus brinquedos ocorreu por "uma sucessão de falhas".

O parque, que recebe cerca de 2 milhões de pessoas por ano, ficará fechado até a conclusão de uma perícia geral em todos os brinquedos.

A decisão ocorre um dia após dois funcionários terem dito à polícia que alertaram um supervisor do parque sobre um problema na trava do assento onde estava Gabriela Nychymura, 14, que morreu na sexta-feira. A trava não funcionou e ela foi arremessada a 25 metros do chão.

A polícia também descobriu que não havia feito perícia completa no assento do brinquedo La Tour Eiffel pois achava que Gabriela se sentara em outra cadeira.

Representantes do Hopi Hari e o Ministério Público assinaram ontem um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para que todos os brinquedos passem por avaliação técnica. Até então, só o "elevador", como é conhecida a La Tour Eiffel, deixou de funcionar.

O parque, que normalmente abre de sexta a domingo, não funcionará hoje e permanecerá fechado pelo menos até o dia 15. Nesse período, uma força-tarefa integrada pelo Corpo de Bombeiros e pelo Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) analisará as instalações.

A promotora Ana Beatriz Vieira, que apura a responsabilidade do parque em relação aos consumidores, disse que o Hopi Hari terá de "incrementar a segurança do brinquedo" com algum mecanismo que impeça o funcionamento se alguma cadeira destravar.

Caso os ajustes não sejam feitos, ela não descarta pedir na Justiça que o "elevador" pare permanentemente. "O Hopi Hari faltou com o dever de informar de forma precisa que a cadeira era inoperante", disse Ana Beatriz.

'SURPRESA'

Ontem, o delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior ouviu novamente o gerente-geral de manutenção do Hopi Hari, que não teve o nome revelado a pedido do parque.

Ele já havia prestado depoimento na segunda-feira, quando negou que tivesse havido falha mecânica no brinquedo. "O engenheiro explicou que foi pego de surpresa pela informação de que a Gabriela subiu em uma cadeira que não deveria ser usada."

Anteontem, dois operadores do brinquedo foram espontaneamente à delegacia para relatar que haviam informado um supervisor sobre problemas na cadeira 15 minutos antes do acidente. Disseram que receberam ordens para mantê-lo em operação.

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