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Escalada revela ângulos diferentes do Rio

Morros do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar recebem turistas em busca de pontos inusitados para ver a cidade

Subir as montanhas requer companhia de um guia experiente; procura por escaladas subiu 12% em um ano

DIANA BRITO
DO RIO

"Força no pé! Segura na frestazinha da rocha e impulsiona o corpo. Vai que você consegue", grita o instrutor Daniel Araújo, 32, tentando animar os clientes que escalam pela primeira vez o morro do Pão de Açúcar, no Rio.

Em meio à mata rasteira coberta por bromélias, turistas estrangeiros deixam o medo de lado e recorrem a instrutores de escalada para ver a cidade de diferentes ângulos em lugares visitados por poucos brasileiros.

Com um guia, a reportagem fez o trajeto da via do Costão, no Pão de Açúcar, na última semana. Após caminhar pouco mais de 1 km na pista Cláudio Coutinho, à beira mar, é preciso prender-se ao instrutor com uma corda para percorrer 500 metros de plano inclinado da montanha de 396 metros de altura.

É aconselhável manter uma distância de cerca de 50 metros um do outro. No caminho, um grupo de cinco estrangeiros e dois instrutores escalavam uma parede de 15 metros com pequenas fendas.

No local, há uma placa que alerta para o risco de morte. Em julho do ano passado, um homem morreu no local ao tentar escalar sem equipamento de segurança.

Amarrados a uma corda, presa a um grampo fincado na rocha, os estrangeiros subiam seguros de que num escorregão seriam amparados.

"A última parte é dura, mas amarrado à corda fica mais tranquilo", disse o espanhol Juan Hurtado, 36.

O ponto turístico fica na Urca, conhecida por montanhistas como o maior centro urbano de escalada do mundo, com mais de 300 vias.

"Nos Alpes, na Alemanha, escalamos para voltar esquiando, mas só se vê pedras e neve. Aqui, temos uma paisagem linda", afirma a médica alemã Ina Wüstefeld, 29.

Os grupos mais experientes preferem escalar o Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, numa altura de 700 metros. É o caso do casal de alemães Ines, 43, e Frank Thuemmel, 51, que buscaram a atividade durante três dias de férias, em fevereiro.

Profissionais do ramo afirmam que a procura no verão vem superando as expectativas há três anos, com um aumento anual de 12%, segundo a Aguiperj (Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado).

Deslumbrado com o visual, o espanhol Hurtado termina o passeio ao Pão de Açúcar com um sorriso enorme.

Veja fotos tiradas por turistas durante escaladas

folha.com.br/fg6851

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