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Novo terminal de Cumbica está ocioso

Feito emergencialmente para 15 mil passageiros, terminal 4 recebe menos da metade, pouco mais de 1 mês após inauguração

Fim da ociosidade depende do acordo entre a Infraero e a Gol; iniciada em 2011, obra custou R$ 85,7 milhões

MARIANA BARBOSA
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Construído de maneira emergencial para evitar "o caos aéreo", o terminal 4 do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), está ocioso -pouco mais de um mês após ser inaugurado.

Em operação desde 8 de fevereiro, o terminal foi feito para 15 mil passageiros por dia, mas recebe menos da metade disso, cerca de 7.000, todos da Webjet, única companhia a usá-lo atualmente.

Enquanto isso, os outros dois terminais de Cumbica operam cheios, acima da capacidade nos horários de pico. Em 2011, o aeroporto recebeu 15% mais passageiros do que pode abrigar.

A mais cotada para ir para lá é a Gol, mas ainda não há nenhuma definição concreta. Na avaliação da Infraero (estatal que administra os aeroportos), a definição ocorrerá em breve e a ociosidade atual é temporária.

A Folha visitou o local três vezes nas últimas três semanas. Encontrou o lugar limpo e com aparência de novo, mas com os bancos do saguão quase vazios e um café com poucos clientes.

CHECK-IN VAZIO

Das 34 posições de check-in, apenas três estavam em uso ontem e na sexta-feira -de manhã, nos dois casos. A ociosidade atinge também o MOP, área de embarque criada em 2011 em Cumbica, como mostrou a Folha em janeiro. O local ficou conhecido por "puxadinho".

No terminal 4, a saída para a rua fica tranquila a maior parte do dia, exceção ao movimento dos ônibus que transportam gratuitamente os passageiros para os dois terminais de dez em dez minutos.

De tão vazio, os taxistas locais foram liberados para ir para o novo terminal quando quiserem; há 40 vagas.

Em geral, os taxistas ficam no terminal 4 enquanto não chega a vez de irem para os terminais 1 e 2, onde a espera pela vez chega a quatro horas. "A demanda é pequena ainda, por isso não há a obrigatoriedade", diz Gilberto Niskolci, diretor da Guarucoop, cooperativa que atua ali.

O terminal 4 custou R$ 85,7 milhões. A obra começou em 2011, feita pela construtora Delta, contratada sem licitação por ser considerada emergencial. A Justiça chegou a paralisar a obra, mas a Infraero justificou o risco de "caos aéreo" no final daquele ano, o que não aconteceu. Disse ainda na ocasião que o terminal era importante para a Copa.

O fim da ociosidade do terminal 4 depende do acordo entre a Infraero e a Gol.

Desde 2011, a empresa negocia a transferência de toda a sua operação doméstica para o novo terminal. A Infraero dava como certa a ida da Gol para o terminal até 1º de março, o que não ocorreu.

Haverá uma reunião na semana que vem para tratar do tema. A Folha apurou que a Gol impôs exigências, entre elas a mudança da operação internacional da companhia do terminal 2 para o 1.

Essa mudança daria mais comodidade aos passageiros em voos de conexão, pois o terminal 1 é o mais próximo do recém-aberto. Mas isso depende de que uma empresa aérea internacional se disponha a trocar de lugar com a Gol.

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