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Entrevista
Tirar tráfico da rua tem mais efeito, afirma americano
DO RIO
A redução da criminalidade não depende de revolução social nem do encarceramento em massa, mas de polícia eficiente e que tire das ruas o tráfico. É o que diz Frank Zimring, da Universidade da Califórnia e autor do livro "The City that Became Safe" (A cidade que ficou segura), sobre a criminalidade em Nova York.
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Folha - Qual relação entre aumento de prisões nos EUA e queda de criminalidade?
Frank Zimring - A melhor medida é que entre 15% e 20% da queda da criminalidade nos EUA desde os anos 1990 poderia ser atribuída ao encarceramento. Mas o caso de Nova York desafia a dita "criminologia da oferta", segundo a qual todos os criminosos habituais teriam que ser mantidos presos ou reincidiriam, não havia terceira opção. Em todo o país, o encarceramento cresceu 65% de 90 a 2009. Em Nova York, em 2009 ele era 28% menor do que em 1990. Homicídios, roubos e latrocínios caíram mais de 80% na cidade.
Para onde foram os criminosos?
Para lugar nenhum. Estudamos as taxas de reincidência entre pessoas que voltaram à cidade depois de sair da prisão. Constatamos que, quando a criminalidade sobe, a reincidência também aumenta; quando ela cai, a reincidência diminui.
Por quê?
Quando saem da prisão, elas começam a passar tempo com o mesmo grupo que conheciam antes. Mas, como a criminalidade caiu, seus amigos não estão roubando, estão fumando maconha. Você faz a mesma coisa. Isso não reforma a sociedade, mas torna as ruas mais seguras.
O combate ao crime não requer revolução social?
Todas as mudanças sociais em Nova York foram superficiais. As escolas não melhoraram nem o emprego para os pobres.
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