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Decisão do STJ sobre estupro de crianças pode mudar

Presidente do tribunal admite rever julgamento

DE BRASÍLIA

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Ari Pargendler, afirmou na quinta-feira, que a decisão do tribunal de absolver um homem acusado de estuprar três crianças de 12 anos ainda pode ser modificada.

"É um tema complexo. Foi decidido por uma seção do tribunal. É a palavra do tribunal, mas, evidentemente, cada caso é um caso, e o tribunal sempre está aberto para a revisão dos seus julgamentos e talvez isso até possa ocorrer", disse.

A terceira seção do STJ absolveu o acusado por entender que as meninas já teriam tido relações sexuais com outras pessoas. Segundo a decisão, divulgada terça-feira, a mãe de uma delas teria dito que sabia que sua filha faltava a aula para se prostituir.

No STJ, o tema era controverso e havia decisões divergentes dependendo da turma em que o tema era julgado. Mas o próprio Supremo Tribunal Federal já adotou o entendimento anteriormente.

Em 1996, o ministro Marco Aurélio Mello chegou a gerar polêmica ao dizer que não existiam mais meninas de 12 anos, mas moças. O entendimento é que não é possível presumir a violência sexual sempre que alguém tem relações sexuais com alguém menor de 14 anos.

O STJ entendeu que os casos devem ser analisados individualmente. Ainda cabem recursos no próprio STJ e, depois disso, no STF.

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