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Opinião

Na CPTM, trem varia de joia da coroa a pedregulho

Na linha esmeralda, assentos com estofado; na rubi, plástico e lotação

Na estação Palmeiras-Barra Funda, a sinalização é sofrível... e até mesmo a linha esmeralda, joia da coroa da CPTM, já parou algumas vezes neste ano

TONY GOES
COLUNISTA DO “F5”

É pouco mais de meio-dia quando embarco num trem da linha 9-esmeralda -a mais nobre da CPTM, a companhia de trens metropolitanos paulista. É a minha primeira viagem no sistema, que integra regiões da Grande São Paulo.

A partida é na estação Vila Olímpia, na zona sul. A qualidade da composição impressiona mesmo quem já está acostumado ao metrô: os assentos com estofado e os monitores de vídeo justificam a fama da linha.

Mesmo assim, o trem está muito cheio. Sigo em pé na maior parte da viagem.

Faço baldeação em Presidente Altino, já do outro lado do Tietê. A estação é muito mais feiosa do que as que margeiam o rio Pinheiros.

Da mesma forma, o próximo trem, da linha 8-diamante, é bem menos "precioso".

Na estação Palmeiras-Barra Funda, quatro paradas depois, a sinalização das plataformas é sofrível. Preciso fazer uma nova transferência, mas para que lado? Sigo o fluxo.

Agora, estou a bordo da linha 7-rubi, rumo a Francisco Morato, na Grande São Paulo. A passagem deveria ser mais barata por aqui: há muito venceu o prazo de validade desse trem, que tem desconfortáveis assentos de plástico. Não que eu esteja sentado. O vagão segue abarrotado até a estação Jaraguá, seis paradas depois.

A partir desse ponto, o trem se esvazia, e a distância entre as estações aumenta muito. Chego à conclusão: com trens tão diferentes, trocar de linha na CPTM é como mudar de país ou de planeta.

Uma hora e meia depois de ter partido, chego ao meu destino, em Francisco Morato. Para minha surpresa, não há mais sinais da depredação acontecida na quinta-feira, quando uma falha no sistema de energia interrompeu a circulação na linha. As catracas, antes destruídas por passageiros em protesto, funcionam normalmente.

Estou de volta à linha esmeralda. Mas até mesmo essa joia da coroa da CPTM já parou algumas vezes neste ano. Hoje, ela está paralisada, para obras de modernização. Serão nove domingos ao todo, até maio. O plano foi acelerado, na tentativa de evitar problemas ainda maiores.

Para variar, deixamos tudo para a última hora. E acabamos pegando no tranco.

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