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Nelson Fausto (1936-2012)

Pesquisador do câncer de fígado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Na década de 60, Nelson Fausto foi convidado por um grupo encabeçado pelo antropólogo Darcy Ribeiro para participar da criação de uma nova faculdade em Brasília.

Médico pela USP, conseguiu naquela época um contrato para fazer pesquisas nos EUA, na Universidade de Wisconsin. Planejava ficar dois anos fora antes de voltar e integrar a iniciativa brasileira.

Em 1964, porém, com o golpe militar, os planos para a nova instituição emperraram. Os professores que conhecia estavam sendo perseguidos.

Irmão caçula do historiador Boris Fausto e do filósofo Ruy Fausto, Nelson ficou nos EUA. E nunca mais voltou a viver no Brasil -vinha ao país apenas para visitar a família ou participar de bancas.

Nos EUA, tornou-se um dos mais importantes pesquisadores do câncer de fígado.

Foi professor e pesquisador na Universidade de Brown, na cidade de Providence, onde ficou por décadas.

No começo dos anos 90, recebeu o convite para comandar o departamento de patologia da Universidade de Washington, em Seattle. Já casado com a segunda mulher, a psicanalista Ann De Lancey, hesitou um pouco, mas aceitou. Publicou centenas de artigos e um manual de patologia que se tornou referência.

Embora muito envolvido com pesquisas e com gestão hospitalar, sempre encontrava tempo para lecionar. "Era o mais brilhante dos irmãos", conta Boris Fausto. Gostava de plantas e pássaros e colecionava objetos típicos de países por onde passava.

Morreu na segunda, aos 75, de um mieloma (câncer na medula) diagnosticado há dois anos. Não teve filhos.

coluna.obituario@uol.com.br

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