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Alckmin recua e já muda novo presidente do Metrô

Tucano diz que José Kalil Neto, que substituiu Avelleda, é apenas interino

Mudança ocorreu depois da revelação de que novo dirigente foi condenado em 2010 na Justiça por improbidade

DE SÃO PAULO

Um dia após anunciar que José Kalil Neto era o novo presidente do Metrô de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuou e decidiu que não irá mais mantê-lo à frente da companhia.

A decisão foi anunciada anteontem pelo tucano, mesmo dia em que reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" revelava que Kalil havia sido condenado em 2010 por improbidade administrativa em ação civil pública movida pelo Ministério Público.

Entre outras punições, o Tribunal de Justiça determinou o pagamento de multa e a perda da função pública. Kalil recorreu ao próprio TJ, mas ainda não há decisão.

Ele foi condenado por ter contratado sem licitação o escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Advogados para defender a Dersa, onde ele era um dos diretores, em processos relativos à construção do Rodoanel.

A Justiça entendeu que a dispensa de licitação não se aplicava porque um dos motivos alegados -"singularidade dos serviços"- não foi comprovado pela Dersa.

INTERINO

Anteontem, Alckmin afirmou que Kalil Neto responderá apenas interinamente pelo Metrô até que um nome efetivo seja indicado por ele.

A afirmação contraria o anunciado pelo governo na última quarta-feira, quando o então presidente, Sérgio Avelleda, deixou o cargo para atuar na iniciativa privada.

JUSTIFICATIVA

A Folha apurou que Alckmin já não era entusiasta da manutenção de Kalil à frente do Metrô e que a revelação da condenação judicial serviu de justificativa para a decisão.

Com a saída de Avelleda, Kalil assumiu o posto por ser o diretor de finanças -pelo estatuto do Metrô, o ocupante deste cargo assume interinamente a presidência em caso de afastamento do titular.

A expectativa dentro do governo, no entanto, era que seu nome fosse submetido por Alckmin ao Conselho de Administração da companhia, que é quem nomeia o presidente -o Metrô é uma empresa de economia mista.

O conselho é formado por sete pessoas, todas aliadas de Alckmin, como o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o ex-governador Alberto Goldman (PSDB) e o e o ex-vice-governador Almino Affonso.

Segundo a assessoria do Metrô, Alckmin deve indicar o novo presidente no início da próxima semana. Há expectativa de que a solução seja "caseira". Nos últimos dez anos, em gestões do PSDB, dois presidentes vieram da empresa: Luiz Carlos Frayze David e José Jorge Fagali.

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