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Desmanche tinha sala antirruído e túnel

Quando PMs chegaram ao galpão na zona oeste, um Punto estava sendo desmontado no cômodo com revestimento

Dez pessoas foram detidas, diz a polícia, e ao menos dez carros, entre eles um Jaguar, foram apreendidos

MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO

Quando o portão da garagem da pequena casa da Vila Jaguara se abria, não era raro entrar um carro de luxo.

Os veículos, porém, nunca saíam, pelo menos inteiros.

Os pedaços eram levados por meio de uma passagem secreta até um galpão contíguo. Lá, numa verdadeira 'linha de desmontagem', todas as peças eram separadas e as latarias, serradas.

Acabavam tiradas dali em caminhões carregados pela porta da frente do galpão, onde uma loja de autopeças funcionava como fachada.

Os moradores vizinhos à casa, no extremo oeste paulistano, sempre souberam o que acontecia ali: um grande desmanche de carrões.

Anteontem, policiais militares descobriram o esquema ao desconfiarem de ocupantes de um Audi A-3 que seguia em direção à casa.

Dentro do carro abordado os policiais encontraram várias peças de automóveis, o que chamou a atenção.

Ao serem levados pelos suspeitos à casa, os PMs encontraram na garagem um Jaguar, já com peças retiradas.

No interior da "linha de desmontagem" do galpão, havia mais nove carros, boa parte deles de luxo, além de três caminhões e uma van. Dez pessoas foram presas.

SALA ACÚSTICA

O galpão dispunha de uma sofisticada sala antirruído, onde os carros podiam ser serrados sem fazer alarde.

Vizinhos falaram à Folha sob condição de anonimato.

Eles disseram que todos sabiam que um desmanche funcionava no local. O movimento de caminhões que deixavam o galpão carregado de peças de automóvel era grande e chamava a atenção pelo menos duas vezes por semana.

Na loja, a sala antirruído estava sendo usada no momento em que os policiais chegaram ao local. Um Fiat Punto, também roubado, estava sendo cortado.

Os policiais disseram que, para tentar evitar a prisão, o gerente da loja de autopeças que funcionava como fachada ofereceu R$ 6.500 e mais dois carros roubados.

O caso está agora no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). A Polícia Civil não forneceu o registro oficial da ocorrência.

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