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Médica do caso é indiciada sob suspeita de homicídio culposo

JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

A médica responsável pelo atendimento de Marcelo Dino, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino, foi indiciada sob suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

Isaura Costa Rodrigues Emídio era responsável pelo plantão do hospital Santa Lúcia no dia da morte do menino de 13 anos e foi quem prestou o atendimento.

Caso seja condenada, a médica pode pegar de um a três anos de prisão.

O laudo, divulgado ontem pela Polícia Civil do Distrito Federal, indica que Marcelo morreu por asfixia e tinha conteúdo gástrico no pulmão.

Levado ao hospital, após uma crise de asma, o menino passou a noite consciente.

Por volta das 6h do dia seguinte o quadro se agravou.

A médica da UTI pediátrica, Isaura Costa, atendia um parto. Cerca de 7 minutos depois do início da crise, ela prestou o atendimento, mas, segundo investigação da polícia, errou no procedimento.

Ela colocou uma máscara em Marcelo e continuou pressionando apesar dele ter vomitado. Neste momento a ação deveria ter sido interrompida, de acordo com a investigação.

Por causa deste procedimento, o líquido acabou indo para os pulmões.

Quase dez minutos depois, um anestesista entrou na sala e entubou o menino.

"Ele estava roxo, inconsciente, sem respirar e não tinha sido entubado. Ela preferiu esperar o anestesista", explicou o delegado-chefe da 1ª DP, Anderson Espíndola.

"Ela chegou até rápido, mas errou o procedimento em dois momentos: quando não percebeu que ele aspirava o suco gástrico e quando demorou para entubar", afirmou.

Em nota, o Hospital Santa Lúcia diz que só irá se pronunciar após análise detalhada do departamento jurídico sobre as razões que levaram ao indiciamento da médica.

A Folha tentou fazer contato com Isaura, mas a informação no hospital é que só os advogados da instituição é que irão tratar do assunto.

"Pedimos acesso ao documento e lá para terça-feira da semana que vem devemos nos manifestar nos autos e avaliar a necessidade dela falar com a imprensa", disse Frederico Donati Barbosa, advogado do Santa Lúcia.

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