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Mãe adotiva diz que criança não se adaptou ao lar

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

"Parecia que era lá [abrigo]que ele se sentia em casa". Assim resumiu M., 32, mãe adotiva da criança que foi devolvida ao abrigo em Uberlândia.

Em entrevista à Folha M. negou que ela ou o marido tenham cometido maus-tratos, disse que a decisão de voltar ao abrigo foi da própria criança e afirmou não ter como pagar a indenização de R$ 15 mil estabelecida pela Justiça.

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Folha - O que vocês acharam da decisão da Justiça?

M. - Foi injusta. A gente nunca se opôs a pagar a pensão. Mas esse valor é muito alto e não temos como pagar.

E por que vocês decidiram devolver a criança ao abrigo?

A gente não decidiu devolver. Ele não se adaptou à família e um juiz achou melhor recolhê-lo. Disse que ia colocá-lo lá para um tratamento. Não queríamos devolvê-lo.

Como era a relação com ele?

Era muito boa. Inclusive a irmã dele, que está com 19 anos, ficou, não quis ir. O juiz perguntou se ela queria, mas ela não quis. Isso aí partiu dele. Foi ele que não quis ficar.

Por que você acha que ele não quis ficar?

Acho que ele já estava acostumado com o abrigo. Todos os dias ele pedia para voltar, desde a época em que a gente pegou ele.

Você ficou triste?

Um pouco, sim. Por outro lado, não.

Por um lado foi bom?

Não sei se foi bom, mas era o que ele queria, parece que era lá que ele se sentia em casa. E na época eu estava com muitos problemas, tinha acabado de dar a luz.

Sente falta dele?

Ah, não sei, já tem dez anos que o recolheram. No começo, sim. E a gente nunca se opôs ao vínculo com a irmã. Isso é uma grande mentira.

E as acusações de maus-tratos? Também são mentira?

É lógico! Meu marido jamais faria isso. Só se a gente fosse doido para numa instituição, cheio de gente vigiando, bater, xingá-lo.

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