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Passageiro dorme no chão após chuva fechar Congonhas

Temporal não permitiu pousos e decolagens, e companhias tiveram série de cancelamentos e atrasos durante o dia todo

TAM afirma não ter encontrado vagas para todos os prejudicados, pois rede hoteleira está lotada por causa da Indy

Eduardo Anizelli/Folhapress
Passageiro que teve problema com voo dorme no saguão do aeroporto de Congonhas
Passageiro que teve problema com voo dorme no saguão do aeroporto de Congonhas

MARTHA ALVES
LUCCA ROSSI
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Bastaram 48 minutos fechado, graças a uma tempestade, para que o aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, revivesse os tempos da crise aérea de 2007: atrasos em série, voos cancelados e queixas de passageiros contra empresas aéreas.

Houve até repetição de uma cena comum nos aeroportos cinco anos atrás -pessoas no chão, algumas delas dormindo, à espera de aviões que não puderam deixar o solo.

A chuva forte fechou o aeroporto das 19h22 às 19h40 e das 19h57 às 20h27 de anteontem. Não puderam pousar em Congonhas 33 voos, que foram desviados; 13 foram cancelados e não partiram.

Efeito cascata, até as 20h de ontem -mais de 24 horas depois- 47% dos voos atrasaram mais de meia hora, quatro vezes mais que o normal.

Ainda anteontem, a TAM cancelou sete voos. Passageiros de três deles ficaram no saguão. Segundo eles, a TAM não lhes deu assistência.

A empresa diz que não havia hotéis para acomodar a todos -e que o fez conforme a disponibilidade. A rede hoteleira está cheia por conta da etapa da Indy, que ocorre amanhã no Anhembi.

A Gol cancelou seis voos.

SEM JUSTIÇA

Para esses passageiros, não havia nem para quem reclamar: o juizado de Congonhas fecha às 19h. Como o problema no aeroporto foi após esse horário, quem precisasse de auxílio dependia das empresas ou do 0800 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que, diferentemente do juizado, não resolve as queixas na hora.

"Neste momento que falo com você estou sentado em um banco do aeroporto, com os pés para cima, tentando dormir para embarcar em outro voo nesta manhã. Vejo outras pessoas dormindo", disse por telefone o gerente comercial Leonídio Gomes Filho, na madrugada de ontem.

NO CHÃO

Ele estava num avião da TAM prestes a decolar para Curitiba, anteontem à noite, quando o voo foi cancelado. Foi preciso desembarcar os passageiros pois o controle de voo demorou a autorizar a decolagem e, quando isso ocorreu, Congonhas teve de fechar, diz a TAM. As operações no aeroporto vão até as 23h.

Ontem, a aposentada Benedita Sofia, 85, tentava embarcar para Londrina. O voo dela sairia às 20h de anteontem, mas um problema técnico impediu a decolagem. Ela foi orientada a ir para Cumbica, mas ficou na casa do filho.

A Anac notificou as empresas a prestar explicações sobre o atendimento aos passageiros na quinta. A agência disse que uma inspeção constatou que, ontem, as companhias o faziam corretamente.

O Procon também cobrou as empresas. A entidade diz ter autuações contra TAM e Gol que, somadas, chegam a R$ 43 milhões desde 2004. As duas empresas recorrem.

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