Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Análise Faltam espaços nas cidades e sobram distâncias na vida dos trabalhadores JOSÉ ALMEIDA SOBRINHOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Já vão longe os tempos em que as grandes empresas mantinham vilas onde moravam seus funcionários, hoje a realidade é bem mais áspera e dura; ir para o trabalho é uma epopeia demorada e cheia de riscos. O IBGE nos mostra a realidade do dia a dia do trabalhador, principalmente daqueles que moram em locais mais distantes do trabalho. A rotatividade das relações entre empregado e empregador faz com que as distâncias de deslocamento aumentem sempre e os trabalhadores dependam dos meios de locomoção disponíveis, principalmente nas metrópoles. As cidades não se estruturaram para absorver esse grande número de deslocamentos. Por isso o transporte público se encontra sem a menor condição de atender eficientemente a demanda, e as vias se revelam acanhadas para tantos veículos de transporte individual. Faltou planejamento urbano -na distribuição das empresas em relação às moradias e na disponibilização de vias para suportar a demanda do deslocamento. Daí surgirem distorções na mobilidade, como, por exemplo, o uso das motocicletas para o trajeto de ida e volta ao trabalho quando deveriam ser usadas apenas em situações especiais de menor risco. O transporte público é insuficiente, distribuído em trajetos demorados, portanto, ineficaz. As vias não têm a capacidade de escoamento de veículos necessária, daí os congestionamentos e a demora nos deslocamentos. Falta espaço e sobram distâncias. É hora de repensar todo o processo da mobilidade urbana, antes que o deslocamento para o trabalho se torne mais demorado que o tempo que o trabalhador fica em seu serviço. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |