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PM manda reavaliar tablets comprados por R$ 25 milhões

Novo comandante diz que não pode afirmar se todos eles funcionam como o esperado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DE SÃO PAULO

Os 11.750 tablets comprados pela Polícia Militar de São Paulo por R$ 25 milhões, e que o governo garantia funcionar perfeitamente, estão sendo reavaliados pelo novo comando da corporação.

Agora, a PM diz que não existe certeza de que eles funcionam bem. "Se eles estão funcionando [ou não], isso vai depender de um diagnóstico mais completo", afirmou o novo comandante, coronel Roberval Ferreira França.

O oficial, que é especialista da PM em tecnologia, assumiu o cargo em abril em substituição ao coronel Álvaro Camilo, o responsável pela compra dos equipamentos.

Os problemas de funcionamento nos tablets da PM foram revelados pela Folha no mês passado. Na ocasião, a versão oficial -inclusive do governador Geraldo Alckmin (PSDB)- era a de que havia problemas "pontuais".

Segundo o coronel, o diagnóstico ficará pronto até o final da próxima semana. Serão avaliados "todos os componentes desse sistema", como rede e banco de dados, e os "próprios terminais".

França afirma que há três tipos de relatos de falhas: 1) "áreas de sombra" das operadoras de telefonia; 2) falta de habilidade de policiais; 3) e "panes, falhas e deficiência do próprio aparelho".

"O quanto disso procede, quanto disso de fato está ocorrendo, pretendo aguardar essa análise objetiva, esse diagnóstico que nós encomendamos ao diretor de tecnologia", disse França.

ILEGAL

A Folha revelou ainda que a PM pode ter utilizado os tablets sem que eles tivessem o selo de autorização da Anatel. Com base nessa informação, a agência iniciou apuração.

Na semana passada, a Anatel confirmou que parte dos tablets vendidos à PM não eram certificados. Em razão disso, a fabricante (Maxtrack) e a revendedora (Neel) foram autuadas pela agência. As empresas podem tentar reverter a multa. A PM também deve ser multada.

Testes estão sendo feitos para saber quantos tablets foram usados pela PM.

A Maxtrack disse não ter sido notificada. A PM diz ter feito apenas testes. A Neel não comentou o assunto.

(REYNALDO TUROLLO JR. E ROGÉRIO PAGNAN)

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