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Bienal vende tudo Principal feira de arte do país, SP-Arte quase triplica de tamanho em sete anos, atrai galeristas estrangeiros e inspira novos eventos no setor
DE SÃO PAULO Dois jovens se casam e, para tirar o branco da parede, compram o primeiro quadro. Assim começou o relacionamento da advogada Fernanda Feitosa, 45, com as artes. Desde a primeira obra adquirida, há 19 anos, Fernanda passou de colecionadora iniciante a organizadora da principal feira de arte do país, a SP-Arte, que será aberta ao público nesta quinta-feira (10), no prédio da Bienal, em São Paulo. Criado por ela em 2005, o evento quase triplicou de tamanho, inspirou o surgimento de duas feiras e, em 2007, da Abact, Associação Brasileira de Arte Contemporânea. Neste ano, participarão 110 galerias, sendo 27 estrangeiras -no ano passado, foram 14. A expectativa é atrair 20 mil visitantes e superar o valor movimentado em 2011, de R$ 39 milhões. "No começo, a meta era ter, no máximo, 120 galerias. Parecia que nunca ia acontecer. Foi muito rápido", avalia Fernanda, que também criou, em 2007, a SP-Foto, com galerias especializadas. A força da SP-Arte é um termômetro do mercado de arte no Brasil. Uma pesquisa inédita feita pela Abact, que representa 32 galerias do mercado primário (trabalham com artistas vivos), revela que o setor teve, em média, alta de 44% nos últimos dois anos. Os dados serão divulgados durante a feira. O levantamento mostra como a arte contemporânea brasileira tem sido solicitada no exterior: 48% dos artistas estão em coleções internacionais e 18% são representados lá fora. Além disso, 20% do total de vendas é gerado em outros países, principalmente em feiras. Entre as galerias paulistanas, o aumento dos negócios foi ainda mais expressivo: alta de 54% nos últimos dois anos. "Há uma produção grande na cidade, temos até artistas estrangeiros vindo para cá", diz Eliana Finkelstein, 45, presidente da Abact e sócia da Galeria Vermelho. Eliana calcula que, desde 2010, 20 galerias foram abertas na capital. "O mercado está em plena ascensão, hoje ainda é pequeno", afirma. Segundo dados da Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, as galerias brasileiras alcançaram seu maior volume de negócios no exterior em 2011, com mais de US$ 60 milhões (veja quadro). CONCORRÊNCIA A experiência da SP-Arte inspirou duas feiras criadas no ano passado. Em São Paulo, surgiu a Parte, em novembro, com obras de até R$ 15 mil e regras como preço ao lado da peça. Em setembro, nasceu a primeira feira de arte do Rio, a ArtRio. O total de vendas divulgado foi de R$ 120 milhões -três vezes o da SP-Arte. "O objetivo é ser uma das cinco principais feiras do mundo", diz a artista Brenda Valasi, idealizadora do evento. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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