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Moradores protestam contra hotel de Eike

Manifestantes terão de deixar prédio que pertence ao clube Flamengo e que tem vista para a baía de Guanabara

Em protesto, eles dizem que local não pode ter hotel e acusam o clube de não repassar o IPTU à Prefeitura do Rio

DO RIO

Moradores do Edifício Hilton Santos, que fica em uma área nobre do Flamengo, na zona sul do Rio, protestaram ontem contra a possível transformação do imóvel residencial em hotel.

O edifício, que pertence ao clube Flamengo, foi arrendado em março para a REX, empresa imobiliária do empresário Eike Batista. Há 20 dias, os moradores vêm recebendo comunicações extrajudiciais dando-lhes um mês para deixarem os apartamentos.

Segundo o presidente da associação de moradores, Hilton Barredo, o prédio foi construído em área da União com a condição de abrigar a sede social do clube e 148 apartamentos para aluguel -hoje, 46 estão ocupados. Assim, não poderia ser transformado em hotel.

O prédio fica na avenida Rui Barbosa, considerada residencial até 2009. Em 2010, a Câmara Municipal aprovou que a via fosse incluída no pacote olímpico, permitindo a transformação de imóveis residenciais em hotéis. O projeto foi apresentado por um grupo de vereadores que inclui a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim (PSDB).

Barredo também acusa o Flamengo de abandonar o edifício e não repassar à prefeitura o IPTU que é pago pelos inquilinos.

A professora Maria Helena Andrade Guimarães, 64, mora no edifício há 32 anos. Incluindo IPTU, ela paga R$ 3.600 por mês por um apartamento de três quartos e vista para a baía de Guanabara. "É baixo, mas o Flamengo nunca falou em reajustar."

Acusado de defender interesses de sua construtora, a Wrobel, na negociação do clube com a REX, o vice-presidente de Patrimônio do Flamengo, Alexandre Wrobel, disse que a acusação é "leviana".

Ele nega que o abandono do prédio seja proposital, diz que as dívidas de IPTU do clube estão parceladas e que o projeto da REX foi aprovado pelo conselho deliberativo do Flamengo, não cabendo aos inquilinos questionar a destinação do imóvel. Wrobel diz que o prédio precisa de uma reforma de R$ 30 milhões e o clube não tem verba.

A REX nega que a Construtora Wrobel vá cuidar da reforma do prédio, na qual promete investir R$ 100 milhões. Diz que o projeto contempla hotel com 454 quartos, áreas de lazer, lojas, restaurantes, piscina, salas de reunião e novos andares de garagem, modernizando fachada, elevadores, corredores, portaria e instalações prediais.

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