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Opinião

Paulistano paga o preço da negociação interrompida

O PLANO DE EMERGÊNCIA DE ÔNIBUS RESOLVE SÓ PROBLEMAS LOCALIZADOS

SERGIO EJZENBERG
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não existem meios para a cidade de São Paulo fazer frente a uma greve no sistema de transporte de alta capacidade -Metrô e CPTM.

Os usuários dos trens simplesmente não cabem nos ônibus, cujos corredores continuam sendo só promessa, nem nas vias congestionadas.

O plano de emergência de ônibus pode resolver apenas problemas localizados.

Sete milhões de paulistanos dependem do Metrô e da CPTM para chegar ao trabalho ou à escola, direito pago pela sociedade e que foi sonegado por uma greve desnecessária e precipitada.

As negociações entre o sindicato e a Companhia do Metropolitano estavam em curso, assistidas pela Justiça do Trabalho, que havia imposto fortes restrições ao sindicato ante a ameaça de greve.

Não adiantou, e segundo declarou o secretário de Transportes Jurandir Fernandes, nenhum operador se apresentou para trabalhar, e as composições foram operadas por técnicos mais elevados, ex-operadores de trens.

O prejuízo da população foi enorme, pois além dos usuários diretamente prejudicados, o trânsito em geral ficou ainda mais congestionado, afetando também os ônibus.

O preço dessa irresponsabilidade pode ser estimado em vários milhões de reais, considerando as horas de trabalho e a produção perdidas.

Certamente que o Ministério Público deverá cobrar essa conta do sindicato, e não apenas os irrisórios cem mil reais por dia de greve imposta pela Justiça do Trabalho, que não assustou ninguém.

SERGIO EJZENBERG é engenheiro e mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP

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