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Prefeitura 'acha' duto e para obra no lago da Aclimação Projeto antienchente desconhecia existência de adutora no meio do traçado Sabesp afirma que é inviável refazer rede; reservatório passou a ter função de piscinão em caso de chuva forte VANESSA CORREADE SÃO PAULO O plano para minimizar enchentes na região da Aclimação e do Cambuci (zona sul da cidade) foi suspenso após a Prefeitura de São Paulo descobrir uma adutora e um coletor de esgoto da Sabesp. As obras de melhoria da drenagem da bacia, da qual faz parte o lago da Aclimação, foram contratadas em 2009, após o local transbordar por causa da chuva. Os trabalhos deveriam estar prontos em 2011, mas as ruas da região continuam com escavações que já duram mais de dois anos. A descoberta pegou a prefeitura de surpresa e provocou impasse com a Sabesp. A concessionária alega, desde 2010, que o reposicionamento de seus dutos era inviável, e diz não ter dinheiro em seu orçamento até pelo menos 2015 para fazer a obra. O custo previsto para o desvio é de R$ 3 milhões. A prefeitura já gastou R$ 13 milhões nas obras de drenagem. A prefeitura chegou a intimar a Sabesp a realizar as obras, mas desistiu. Técnicos reformulam o desenho do sistema. Segundo a prefeitura, as tubulações não constavam dos registros oficiais. PISCINÃO O esvaziamento do lago da Aclimação, em fevereiro de 2009, foi o mote para a contratação, no mesmo ano, das obras de drenagem. Como o lago está interligado ao sistema, a solução da prefeitura para evitar transbordamentos -ele voltou a vazar duas vezes em 2011- foi transformá-lo em reservatório, espécie de piscinão. Desde 2011, o lago da Aclimação é mantido com nível 1,5 m abaixo do normal. Com isso, o lago recebe o excedente do córrego Pedra Azul, que passa por ele, e ainda tem capacidade de absorver a chuva no local sem transbordar. Sua capacidade é para receber 50 mil m³ de água -cerca de 20 piscinas olímpicas. Mas a medida não é paliativa. A prefeitura disse ontem que depois de tudo terminado o local será mantido como uma espécie de piscinão. A advogada e coordenadora do Conselho Gestor do parque, Eliana Lucania, concorda com a medida, por enquanto. "É feio? É. Mas temos que ter bom senso", afirma. Para a professora universitária Maria Olinda Carreira, que mora ao lado do parque há mais de 30 anos, o 'piscinão' foi uma boa solução. "Neste anos praticamente não tivemos alagamentos." Ela diz que os "moradores de cima" querem apreciar a beleza do lago e querem que ele volte a ficar cheio. Mas ela acha que o paisagismo do lago precisa ser reformulado, "para as bordas não ficarem tão feias". Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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