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Marcha de mulheres defende opção por fazer parto em casa

Evento acontece em pelo menos 13 cidades e pede que grávida tenha o direito de escolher onde será nascimento

Para segurança no parto, Conselho Federal de Medicina recomenda que procedimento ocorra em maternidade

JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO

Mulheres de ao menos 13 cidades, sendo oito capitais, vão marchar no próximo fim de semana pelo direito de grávidas escolherem o local do parto -em casa ou no hospital.

A mobilização acontece por meio das redes sociais (www.facebook.com/MarchaDoPartoEmCasa).

O protesto ocorre depois de o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) pedir à associação paulista punição ao obstetra Jorge Francisco Kuhn, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que defendeu a possibilidade de nascimentos em ambiente extra-hospitalar.

Em entrevista ao "Fantástico", da Globo, Kuhn declarou que parto "não é um procedimento cirúrgico" e que mulheres sem problema clínico ou obstétrico, que sejam saudáveis, podem optar por ter o filho fora de um hospital.

"A postura do médico foi absolutamente equivocada e tendenciosa. O parto tem riscos e complicações inerentes. Caso algum problema aconteça, é preciso intervenção imediata para salvar mãe e bebê", diz o obstetra Luís Fernando Moraes, conselheiro do Cremerj.

Ainda segundo Moraes, há maternidades e hospitais preparados para o parto humanizado -em que a mãe decide a forma de o bebê nascer.

"Demonstrar amor, carinho e respeito a um filho não depende de ele nascer em casa. Qual a necessidade de colocar uma paciente em uma situação dessas?", diz.

A analista de sistemas Ingrid Lotfi, 34, uma das organizadoras da manifestação "Eu Não Preciso de Conselho para Parir", que pretende reunir 500 pessoas em frente ao Cremerj, no próximo domingo, defende o direito da mulher escolher onde o filho irá nascer.

"Punir um profissional que defende isso é absurdo. Há estudos científicos que mostram que os riscos de ter um bebê no hospital ou no domicílio são similares", diz Ingrid, que teve uma filha em casa.

Para ela, com parteiras treinadas e transporte disponível em caso de emergência, aliados a um bom pré-natal e boas condições de saúde da mãe, "é seguro o parto em casa".

Os conselhos Federal de Medicina e Regional de São Paulo recomendam que os partos sejam em hospitais, por questão de segurança.

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