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Pará tem plano para 'zerar', até 2020, o seu desmatamento

Estado foi o que mais deflorestou nas últimas décadas: 20% do seu território

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O governo do Pará anunciou no Rio uma meta ousada: zerar seu desmatamento florestal líquido até 2020.

Um dos grandes empecilhos para isso, dizem especialistas, é conseguir controlar o corte de floresta que existe nos assentamentos rurais.

Há municípios do Estado onde até 60% do desmatamento é feito por assentados rurais, diz Justiniano de Queiroz Netto, secretário extraordinário para coordenação do Programa Municípios Verdes.

O político admite que o problema dos assentados vai precisar ser resolvido, mas diz que a meta é factível.

De acordo com o cálculo apresentado pelo governador Simão Jatene (PSDB) em um evento da Rio+20 haverá algumas etapas para se chegar ao desmate líquido zero.

O teto da taxa anual de derrubada florestal está hoje em 6.255 quilômetros quadrados por município. "Em 2015, vamos chegar a 2.104 quilômetros quadrados para, em 2020, atingirmos o limite de 1.233 quilômetros quadrados", diz Queiroz Netto.

De acordo com ele, todo o desmate que for feito abaixo do teto, de forma legal, terá que ser compensado com plantio de espécies nativas a partir de 2020.

Chegar ao desmatamento zero de verdade é praticamente impossível, pois sempre haverá uma obra de infraestrutura para ser feita.

O Pará, nas últimas décadas, devastou 20% de seu território (25 milhões de hectares), o que corresponde a área do Estado de São Paulo.

"Sabemos que melhoramos, mas, fazendo uma analogia, estamos ainda na fase da hiperinflação, é preciso baixar ainda mais as taxas", diz o secretário de Estado.

A receita usada em Paragominas, município paraense que saiu da lista de maiores desmatadores da Amazônia em 2010 depois de um trabalho de recuperação de dois anos, deverá ser replicada para as demais cidades.

De acordo com ONGs que atuam na Amazônia, ouvidas pela reportagem, o caminho para baixar o desmatamento é: fazer sentar à mesma mesa ambientalistas, produtores rurais, sociedade e poder público.

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