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Guy Brescia (1931-2012)

Engenheiro que sabia tudo pelo neto

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Com um lápis na mão, Guy Brescia conseguia botar um rosto no papel com perfeição, como conta a família. Ótimo desenhista, também fazia com facilidade flores e pássaros.

O neto Pedro Henrique, 6, que sabia muito bem disso, vivia pedindo para o avô, com quem morava, desenhos do Batman ou do Homem-Aranha, de tudo quanto é jeito. E Guy atendia seus desejos, para que o neto os pintasse.

Paulistano, filho de um comerciante de queijos, formou-se engenheiro civil no Mackenzie no fim dos anos 50.

Logo após os estudos, passou cerca de três anos trabalhando como calculista de prédios na baixada do Glicério, no centro de São Paulo.

A avó, que o achava distraído, morria de medo que Guy se acidentasse nas muitas visitas que fazia às obras.

Depois, entrou para a Ultragaz e se especializou em gás GLP (de cozinha) e natural. Acabaria trabalhando também na Comgás.

Sua carreira como engenheiro inclui também passagens pelo Metrô, Dersa e Cetesb, onde ficou por 18 anos e se aposentou, em 1996.

Recebeu convites para dar assessorias após aposentado, mas preferiu aproveitar a família e ir para seu sítio.

Como lembra a mulher, Lourdes, assistente social e nutricionista com quem se casou em 1959, o marido era muito curioso e estudioso.

Explicava tudo para o neto, como, por exemplo, como se alimentam as joaninhas.

O neto, após saber da morte do avô, disse que "ninguém sabia mais do que ele".

Guy morreu no sábado (9), aos 80 anos, em decorrência de um choque séptico. Teve três filhos e cinco netos.

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