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Troca, aluguel e compra de objetos usados crescem em SP

Motivação para escolha de artigos de segunda mão são economia e aquisição de produtos feitos com materiais e design melhores

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A fórmula é antiga: juntar roupas que não servem mais, o sofá desbotado ("que não acaba nunca") ou um computador antigo. Em seguida, colocar tudo à venda ou doar para alguma instituição de caridade. A novidade, agora, fica por conta do meio escolhido para se desfazer de coisas usadas e do que se pode conseguir em troca.

Em São Paulo, eventos e sites entraram em cena, nos últimos anos, com a missão de promover o intercâmbio e o compartilhamento de bens por meio de venda, troca ou aluguel. Conhecido lá fora, o movimento ganhou o nome de consumo colaborativo.

Apesar de ter o verniz da sustentabilidade, palavra da moda em tempos de Rio+20, esse não é o principal motor da reutilização de objetos.

A motivação de alguém que compra artigos de segunda mão, na maioria dos casos, é economizar ou adquirir produtos feitos com materiais melhores e com design que não existe mais.

A diretora de arte Guta Carvalho, 36, já trocou roupas com amigas e costuma garimpar peças de decoração em feiras de instituições de caridade. "Quando compro algo assim, penso no estilo, no prazer de restaurar e no preço. Mas o conceito de reúso está inerente em tudo o que eu faço."

Segundo livros e especialistas no assunto, a ideia de consumo colaborativo consiste em estimular cinco

"Rs": reduzir, reciclar, reutilizar, reformar e redistribuir, criando uma cadeia sustentável de comércio.

O professor da FGV Ademar Bueno, especialista em sustentabilidade, diz que o consumo colaborativo é mais comum em metrópoles.

"As soluções surgem onde estão os problemas", afirma Bueno. Por isso, sistemas de caronas e escritórios compartilhados -ideias que procuram resolver questões relacionadas ao trânsito e à falta de espaço- foram iniciativas pioneiras desse tipo de consumo.

Hoje, alcançou outras áreas, englobou o velho conhecido ato de doar usados e incluiu até a troca de favores.

"As pessoas sempre querem consumir, mas isso não significa necessariamente adquirir algo novo", acredita Maria do Carmo Azevedo, 50, uma das idealizadoras da feira de trocas realizada desde 2009 em Pinheiros, bairro da zona oeste.

Desse modo, o comércio colaborativo cada vez mais tira as empresas da equação, fazendo com que as pessoas negociem e troquem valores e mercadorias entre si.

"É um tipo de mercado no qual as relações entre pessoas tornam-se mais relevantes, e as relações entre pessoas e empresas são mais de igual para igual", diz o indonésio Iwan Setiawan, coautor do livro "Marketing 3.0".

TROCA-TROCA

Outra possibilidade, é compartilhar um mesmo bem com outra pessoa, como carros, bicicletas e escritórios, por exemplo. Há um ano, a funcionária pública Leila Costa, 36, usa o serviço de duas empresas para alugar brinquedos para seu casal de gêmeos.

(ALEXANDRE ARAGÃO, ANGÉLICA OLIVEIRA E REGIANE TEIXEIRA)

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