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Giorgio Fugazza (1935-2012)

Um italiano no país abençoado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Quando chegou por aqui, na década de 50, Giorgio Fugazza ficou encantado. Para ele, os brasileiros não faziam ideia de como viviam num país abençoado, que não passara por uma experiência de guerra como a sua Itália.

Nascido em Milão, cresceu na vizinha Lodi. Na infância, voltando da escola, ouviu o barulho da sirene e por isso se escondeu. Foi o único ali a sobreviver a um bombardeio.

O pai era comerciante, e a mãe escrevia para uma revista de moda. A família decidiu vir ao Brasil depois do conflito, que arrasou a Itália.

Chegaram em 1952. Nos dez primeiros anos, Giorgio trabalhou na fábrica de queijos Polenghi. Mudou de profissão após se formar como professor na área de humanas.

Como conta o filho Emílio, o pai ensinou português e história, entre outros, no antigo colégio Piratininga, em São Paulo. O sotaque italiano ele conseguiu perder.

Aos 36 anos, casou-se com Lurdes, secretária da PUC. Depois que se aposentaram, viveram um período em Santos, retornaram a São Paulo e, cerca de dez anos atrás, mudaram-se para São Carlos, onde o filho fez faculdade.

Da união, também nasceu Cynthia, que tinha síndrome de Down. Ele e a mulher mudaram radicalmente a rotina para cuidar da filha. Lutaram para mantê-la na escola e a colocaram em cursos de teatro e piano. Conseguir que ela estudasse foi uma realização para ele, como lembra o filho.

Ficou viúvo em 2008 e perdeu a filha no ano seguinte. Morreu na quarta (13), aos 77, em decorrência do alzheimer. A missa do sétimo dia será hoje, às 18h, na igreja de São Sebastião, em São Carlos (SP).

coluna.obituario@uol.com.br

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