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Após novos ataques, viações tiram ônibus das ruas e comércio fecha Moradores tiveram de voltar a pé e fizeram protesto; com medo, escola fecha na zona sul Polícia investiga se ações têm ligação com assassinato de PMs; no Capão Redondo, 11 são mortos em seis dias
AFONSO BENITES DE SÃO PAULO Ônibus queimados, viações recolhendo veículos, comércio fechado com medo de saques e protesto de moradores que ficaram a pé. Os casos de violência em São Paulo, principalmente nos extremos das zonas sul e leste, aumentaram nos últimos dias -no Capão Redondo, 11 pessoas foram mortas em seis dias. Desde sexta, o policiamento foi reforçado após o assassinato de seis PMs. No fim da noite de ontem, a falta de transporte coletivo em alguns bairros era reflexo dos ataques ocorridos no dia anterior. Na noite de anteontem, as empresas Sambaíba e Transcooper retiraram os ônibus das ruas após três veículos terem sido queimados por criminosos nas zonas norte e sul. A falta de transporte causou protesto de usuários, que chegaram a fechar a avenida Cruzeiro do Sul (na zona norte). No total, dez ônibus foram atacados desde o dia 13. Na região do Sacomã e da Vila das Mercês (zona sul), perto de onde um ônibus foi queimado antes, a polícia orientou comércios e escolas a fechar para evitar saques. A cena se repetiu ontem à tarde, apesar de a PM afirmar que a situação era tranquila. Por volta das 22h de ontem, um grupo de 20 homens incendiou um ônibus em Ferraz de Vasconcelos (na Grande São Paulo). Segundo a PM, ninguém ficou ferido. LOJAS FECHADAS "Tive que buscar minha filha mais cedo porque o pessoal ouviu dizer que teve toque de recolher. Mesmo sabendo que não era verdade, fui, com medo", disse o taxista Luis Bravo. Sem dar explicações, a empresa ViaSul recolheu parte dos ônibus na região. A polícia investiga se as mortes de PMs e os ataques a ônibus estão ligados ao grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). A polícia suspeita que as ações são uma retaliação à operação da Rota que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um dos chefes da quadrilha para um presídio de segurança máxima. Para o secretário-adjunto da Segurança Pública, Jair Burgui Manzano, as mortes dos policiais e os ônibus queimados são "eventos isolados". Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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