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Após novos ataques, viações tiram ônibus das ruas e comércio fecha

Moradores tiveram de voltar a pé e fizeram protesto; com medo, escola fecha na zona sul

Polícia investiga se ações têm ligação com assassinato de PMs; no Capão Redondo, 11 são mortos em seis dias

Julia Chequer/Folhapress
Passageiros caminham na avenida do Cursino, após descer de ônibus a pedido do motorista, com medo de ataques
Passageiros caminham na avenida do Cursino, após descer de ônibus a pedido do motorista, com medo de ataques

ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Ônibus queimados, viações recolhendo veículos, comércio fechado com medo de saques e protesto de moradores que ficaram a pé.

Os casos de violência em São Paulo, principalmente nos extremos das zonas sul e leste, aumentaram nos últimos dias -no Capão Redondo, 11 pessoas foram mortas em seis dias.

Desde sexta, o policiamento foi reforçado após o assassinato de seis PMs. No fim da noite de ontem, a falta de transporte coletivo em alguns bairros era reflexo dos ataques ocorridos no dia anterior.

Na noite de anteontem, as empresas Sambaíba e Transcooper retiraram os ônibus das ruas após três veículos terem sido queimados por criminosos nas zonas norte e sul.

A falta de transporte causou protesto de usuários, que chegaram a fechar a avenida Cruzeiro do Sul (na zona norte). No total, dez ônibus foram atacados desde o dia 13.

Na região do Sacomã e da Vila das Mercês (zona sul), perto de onde um ônibus foi queimado antes, a polícia orientou comércios e escolas a fechar para evitar saques.

A cena se repetiu ontem à tarde, apesar de a PM afirmar que a situação era tranquila.

Por volta das 22h de ontem, um grupo de 20 homens incendiou um ônibus em Ferraz de Vasconcelos (na Grande São Paulo). Segundo a PM, ninguém ficou ferido.

LOJAS FECHADAS

"Tive que buscar minha filha mais cedo porque o pessoal ouviu dizer que teve toque de recolher. Mesmo sabendo que não era verdade, fui, com medo", disse o taxista Luis Bravo.

Sem dar explicações, a empresa ViaSul recolheu parte dos ônibus na região.

A polícia investiga se as mortes de PMs e os ataques a ônibus estão ligados ao grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). A polícia suspeita que as ações são uma retaliação à operação da Rota que deixou seis mortos, em maio, e à transferência de um dos chefes da quadrilha para um presídio de segurança máxima.

Para o secretário-adjunto da Segurança Pública, Jair Burgui Manzano, as mortes dos policiais e os ônibus queimados são "eventos isolados".

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