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Guido Gatta (1932-2012)

O italiano e seu emprego de 50 anos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

No Brasil, o italiano Guido Gatta teve um único emprego. Por mais de meio século, trabalhou para a Tortuga Companhia Zootécnica Agrária, que comercializa produtos de nutrição e saúde animal.

Natural de Pádua, viveu em seu país até os 22 anos. Na Itália, formou-se técnico agrícola, foi piloto de avião e especializou-se em meteorologia, como conta a família.

Mas queria um futuro melhor e decidiu vir ao Brasil.

Um amigo de seu pai, o italiano Fabiano Fabiani, fundou por aqui a Tortuga, em 1954, e o convidou a ajudá-lo na empresa recém-criada.

Deixou a família na Europa e veio sozinho. Sr. Gatta, como ficaria conhecido, passou por vários cargos, até se aposentar, em 2007, como diretor de marketing, na condição de o funcionário mais antigo.

Logo que chegou ao Brasil, conheceu Edinésia, num baile em São Paulo. Ela o observava pelo espelhinho, enquanto passava pó de arroz no rosto. Namoraram por cinco anos antes do casamento.

A mulher, que dera aulas para cegos, usou a experiência como professora para ensinar português ao marido.

Guido, porém, nunca perdeu o sotaque. Era um típico italiano, segundo a família. Bondoso, ajudava as pessoas, mas, quando ficava bravo, botava a raiva para fora. Adorava vinhos e ir a restaurantes.

Em 2009, ganhou um prêmio da câmara do comércio de Pádua pela destacada carreira construída no Brasil.

Logo depois de se aposentar, teve seguidos problemas de saúde. Viúvo desde 2000, morreu na segunda (25), dormindo, aos 80, em decorrência de problemas cardíacos. Teve quatro filhos e seis netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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