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José Roberto Bertrami (1946-2012)

O tecladista que eletrizou o samba jazz

DE SÃO PAULO

A vida não era lá muito fácil para os trios de samba jazz surgidos no Rio dos anos 1960. Com muita gente de talento -Milton Banana, Edison Machado, Tamba Trio, Sambalanço Trio, entre outros-, a concorrência era das mais pesadas.

Na década seguinte, havia mais espaço no país e no exterior, mas o meio instrumental exigia renovação. E foi pela criatividade que o tecladista José Roberto Bertrami, morto no último domingo, aos 66 anos, se destacou.

Ao lado de Ivan Conti Mamão (na bateria) e Alex Malheiros (no baixo), Bertrami fundou, primeiro, o Grupo Seleção, que se apresentava em diversas casas noturnas cariocas. Mais tarde, em 1973, eles se nomeariam Azymuth.

Já naquela época, o trio utilizava teclados e sintetizadores, sacudindo um ambiente acostumado à formação piano, baixo e bateria.

Com arranjos originais e entrosamento, o trio formava um amálgama sonoro, interpretando composições próprias e de outros autores, em performances que acomodavam muita improvisação.

Com o Azymuth, desde o sucesso de "Linha do Horizonte" (1975), Bertrami lançou mais de 40 discos. O último deles foi "Aurora" (2011).

Além disso, gravou com nomes como Jorge Benjor, Raul Seixas, Tim Maia, Erasmo Carlos, Elis Regina, Rita Lee, Belchior, João Nogueira, Marcos Valle, entre outros.

Nascido em Tatuí, no interior de São Paulo, Bertrami estava internado no Rio havia dois meses, com insuficiência hepática.

Ele foi enterrado na última segunda-feira, no cemitério São João Batista, no Rio.

coluna.obituario@uol.com.br

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