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PMs mudaram cena de crime para prejudicar a perícia, diz advogado

Acusação diz que imagens mostram policiais retirando cápsulas após matar empresário

Defesa de PMs nega; os três policiais foram soltos ontem por decisão da Justiça, mas não voltarão às ruas

DE SÃO PAULO

Os policiais militares acusados de matar o empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39, alteraram a cena do crime para dificultar a realização da perícia. É o que diz o advogado da família da vítima, Cid Vieira de Souza Filho, que será o assistente de acusação do Ministério Público.

Segundo o advogado, a Promotoria recebeu da Polícia Civil imagens de circuitos de segurança que mostram os PMs Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30, Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28, e Adriano Costa da Silva, 26, retirando do chão cápsulas da munição usada para matar o empresário.

Os defensores dos PMs negaram que o trio tenha alterado a cena do crime.

Eles estavam presos até ontem, quando uma decisão da Justiça Militar os libertou.

Aquino foi morto a tiros no último dia 18 após uma perseguição no Alto de Pinheiros, bairro da zona oeste da capital paulista. Segundo a polícia, ele furou um bloqueio da PM.

Os três policiais dispararam ao menos sete vezes contra o veículo em que ele estava. Dois tiros acertaram a cabeça do empresário, que estava desarmado.

Essa ação causou uma crise entre o governo Geraldo Alckmin (PSDB), o Ministério Público Federal e entidades de direitos humanos.

REVER DECISÃO

"Esperamos que, com essas imagens, o Tribunal de Justiça reveja a decisão de conceder a liberdade provisória para os três PMs", afirmou o advogado Souza Filho.

As imagens citadas pelo advogado não foram fornecidas à reportagem. Segundo a polícia, as filmagens fazem parte do processo, já entregue ao Ministério Público.

A Promotoria, por sua vez, disse que está analisando as imagens e só vai se pronunciar sobre o caso quando for apresentada a denúncia (acusação formal) ao Judiciário.

Mesmo livres, os policiais não irão atuar nas ruas. Terão de desempenhar atividades administrativas enquanto respondem a um processo interno, que pode culminar em suas exonerações.

(AFONSO BENITES)

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