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Celso Blues Boy, ícone da guitarra, morre aos 56

Músico tocou com Raul Seixas e gravou clipe e música com B.B. King

Fumante desde criança, guitarrista que inspirou bandas de rock dos anos 1980 foi vítima de um câncer na garganta

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Um dos grandes nomes do blues no Brasil, Celso Blues Boy, 56, morreu ontem, em Joinville (SC), onde morava havia mais de dez anos.

O músico sofria de um câncer na garganta.

Uma pessoa próxima ao artista, que pediu para não ser identificada, disse que Celso fumava "desde criança" e que chegava a fumar quatro maços de cigarro por dia.

Celso Ricardo Furtado de Carvalho era carioca, vascaíno fanático, e passou a usar o nome artístico de "Blues Boy" em homenagem a seu maior ídolo, B.B. King.

Aos 17 anos, Celso já tocava profissionalmente, acompanhando Raul Seixas. Tocou também com Luiz Melodia, Sá & Guarabyra e Renato e Seus Blue Caps, antes de iniciar uma carreira solo.

Em 1976, aos 19 anos, montou as bandas Legião Estrangeira e Aero Blues.

Nos anos 1980, começou a se destacar depois de mandar uma fita para a rádio Fluminense FM, que teve ótima repercussão.

Em 1984, gravou seu primeiro disco, "Som Na Guitarra", que trazia músicas que nunca saíram do repertório de seus shows, como "Aumenta Que Isso Aí É Rock and Roll", "Brilho da Noite", "Blues Motel" e "Fumando na Escuridão".

HERÓI DE UMA GERAÇÃO

Quando bandas como Blitz, Lobão e os Ronaldos e Paralamas do Sucesso surgiram, no início dos anos 80, Celso já era um músico experiente e tido como uma espécie de "guitar hero" daquela geração.

Participou das trilhas sonoras de filmes como "Bete Balanço", "Rock Estrela" e "Tropclip" e compôs com Cazuza ("Marginal").

Por mais de dez anos, foi um dos campeões de bilheteria no Circo Voador, casa de shows na Lapa (RJ), onde se apresentou muitas vezes e onde também gravou um disco ao vivo em 1991, além de um DVD em 2008, "Quem Foi Que Falou Que Acabou o Rock and Roll?".

Na década de 90, Celso Blues Boy realizou um grande sonho ao gravar uma música e um clipe ("Mississipi") com o ídolo, B.B. King. Em 1995, se apresentou no Festival de Montreux, na Suíça.

Seu último álbum, "Por um Monte de Cerveja", foi lançado em 2011.

Celso Blues Boy foi um nome importante no rock brasileiro. Numa época em que o gênero ainda era visto com preconceito, antes do primeiro Rock in Rio (1985), Celso foi um dos músicos que ajudaram a difundi-lo. Muita gente, especialmente no Rio de Janeiro, começou a ouvir rock e blues vendo Celso Blues Boy no Circo Voador.

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