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José Carlos Manini (1945-2012)

O jardim de cactos de Zé Carlos

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Uma vez ao ano, a família de José Carlos Manini se reunia no jardim de casa, de madrugada, para ver o desabrochar da Selenicereus wittii, ou flor-da-lua, que nasce em uma espécie rara de cactos.

A planta é apenas uma das mais de cem que compõem a coleção de cactos do engenheiro, todas identificadas com seu respectivo nome científico. Os exemplares mais antigos têm cerca de 40 anos.

Gabriel, Júlia, Marina e Pedro ajudavam o avô a cuidar do jardim -e a colher miniabacaxis e tomatinhos que também cresciam no local.

Nascido em Araraquara (SP), Zé Carlos se formou na USP São Carlos. Passou pela Lupo, Siemens e Unilever -nesta, fez carreira executiva e trabalhou por 29 anos.

Nas horas de folga, ouvia música clássica e tocava piano. Chegou a compor uma música, segundo a família.

Os filhos herdaram o gosto musical de "Paps", como era chamado por eles: Isabel toca violoncelo, Mariana, violino, e José Ricardo, percussão.

Maria Cecília, a Cici, com quem era casado desde 1969, ele conquistou com sua habilidade instrumental: se conheceram em uma festa da faculdade na qual tocava violão.

Religioso, providenciou as portas da igreja Santa Isabel, em Campinas, cidade onde morava havia cerca de 30 anos. Recentemente, estava envolvido na construção da capela do Cristo Redentor, no bairro Cidade Universitária.

Morreu de infarto na terça-feira (31), aos 66 anos. Deixa a viúva, os filhos e os netos.

Dois dias antes, havia terminado de escrever um livro de engenharia, pois queria dividir o conhecimento adquirido em sua profissão.

coluna.obituario@uol.com.br

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