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Ilustrada - em cima da hora

Dono tentará restaurar pinturas queimadas

Para casal, pior perda foi morte de duas gatas

FABIO BRISOLLA
CRISTINA GRILLO
DO RIO

O colecionador Jean Boghici já identificou as principais perdas causadas pelo incêndio que atingiu seu apartamento na última segunda.

Além de "Samba" (1925), de Di Cavalcanti, e "Floresta Tropical" (1938), de Alberto da Veiga Guignard, outra obra emblemática da arte do país foi consumida pelo fogo: a pintura "A Mulher e o Galgo", produzida por Vicente do Rego Monteiro em 1925.

A lista inclui ainda a pintura "A Leitura" (1914), de Lasar Segall, e ao menos duas das cerca de 40 obras de Antonio Dias que o colecionador tinha -ele foi um dos maiores incentivadores da carreira do pintor paraibano.

"Soube por alguém que esteve lá que alguns dos meus trabalhos queimaram", disse Dias. "Um deles foi premiado na Bienal de Paris de 1965."

Do catálogo estrangeiro, duas perdas se destacam: uma tela de 1931 do uruguaio Joaquín Torres-García e uma paisagem rural, do Rio, do francês Nicolas Antoine Taunay do início do século 19.

Há ainda obras atingidas por fuligem, em estado crítico: uma tela de Ismael Nery, três de Alfredo Volpi (uma delas intitulada "Amendoeira") e outro Segall.

"Técnicos estão avaliando se existe possibilidade de recuperar essas obras", disse Leonel Kaz, responsável pela mostra do acervo de Jean Boghici programada para inaugurar o Museu de Arte do Rio, em novembro.

Segundo Kaz, 15 das 150 peças da mostra tiveram danos.

As marcas na sala de estar da cobertura de Boghici, em Copacabana, mostram que as chamas atingiram principalmente o teto e partes altas das paredes. Por isso, muitas obras que estavam mais perto do chão, assim como os móveis do designer Joaquim Tenreiro, ficaram intactos.

Entre as peças preservadas estão obras de Kandinsky e do italiano Alberto Burri, três telas de Tarsila do Amaral, e a obra "O Beijo", de Rodin.

Um móbile de Alexander Calder, pendurado no teto da sala, caiu no chão e se salvou.

GATAS

Para o casal Jean e Geneviève Boghici, as maiores perdas se chamavam Pretinha e Meu Amor.

As gatinhas dormiam aos pés da cama do casal. "Foi o pior de tudo. Perdemos nossas gatinhas prediletas", disse Geneviève à Folha.

Outros 12 gatos e dois cachorros saíram ilesos.

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