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Bando usa 'mulher-bomba' em assalto na Oscar Freire

Sequestrada no Morumbi, empresária tem de levar falso explosivo a joalheria

Pelo celular, quadrilha manda funcionária entregar joias à mulher; Gate encontra pólvora e fogos de artifício

ROGÉRIO PAGNAN
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Era perto de 13h30 quando a empresária Márcia Pelegrini, 31, entrou na joalheria Guerreiro, na rua Oscar Freire, área nobre de São Paulo.

Trazia nas mãos uma caixa de tênis e, tremendo, deu a uma funcionária um celular e um aviso: "entregue as joias que eles estão querendo, senão vão me explodir."

Cerca de duas horas antes, quando ia buscar os filhos na escola, Márcia teve o veículo fechado por dois carros e foi rendida por oito ladrões em rua do Morumbi (zona oeste).

Dois homens entraram no seu carro e prenderam no corpo de Márcia um cinto, que parecia repleto de explosivos.

Também entregaram a caixa de tênis onde haveria uma bomba. "Eles só falavam que eu tinha de entregar a bomba na loja e pegar as joias. Só isso. Senão, eles iriam explodir a bomba", disse à Folha.

A joalheria, uma das mais nobres da cidade, tem câmeras, segurança privada e botões de pânico (para acionar a polícia). Nada adiantou.

A empresária entrou na loja sozinha. Colocou a caixa no balcão, entregou o celular à funcionária e levantou a blusa para mostrar o cinto.

Houve desespero. "É um roubo, entregue tudo a ela. Queremos ouro", disse o assaltante pelo celular à funcionária. "Estamos estacionados do outro lado da rua e vamos explodir toda a loja", disse.

A funcionária, desesperada, despejou as bandejas de joias em uma sacola. O valor do roubo não foi informado.

De acordo com a polícia e testemunhas, a ação não durou mais do que dois minutos. A mulher deixou a caixa sobre o balcão e saiu com o celular recebendo orientações. Chorava muito.

Na rua Sarandi, bem perto da joalheria, foi rendida novamente e as joias, levadas. A mulher recebeu a ordem para ficar parada na calçada, que, em três minutos, o dispositivo preso na cintura seria desativado. Ligariam avisando. O trato foi cumprido.

O Gate (grupo da Polícia Militar especializado em bombas) foi ao local. Após analisarem os artefatos, descobriram que não havia explosivos na cinta. Já na caixa de tênis tinha jornais, pólvora e fogos de artifício.

"Era material explosivo, com capacidade para provocar lesões corporais", disse o delegado Rogério de Camargo Nader, do 78º DP (Jardins), responsável pelo caso. A delegacia fica a 350 m do local.

Parte das ruas Oscar Freire, Haddock Lobo e Sarandi foi interditada por mais de quatro horas. Na região, há estabelecimentos de alto padrão, como os restaurantes Fasano e A Figueira Rubaiyat e lojas da Armani e da Louis Vuitton.

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