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Doralécio Soares (1914-2012)

O folclorista e as rendas de bilro de Floripa

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Entusiasta da cultura popular, o recifense Doralécio Soares era um especialista em artesanato e folclore, mas não nas manifestações culturais de seu Estado: dedicou boa parte de sua vida a preservar as tradições catarinenses.

As rendas de bilro eram sua grande paixão. Realizou diversos projetos para divulgar e manter vivo esse ofício.

Na década de 70, por meio do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mapeou as rendeiras de Florianópolis. O trabalho resultou no livro "Rendas e Rendeiras da Ilha de Santa Catarina", obra que até hoje é referência sobre o assunto.

Era dono de uma coleção de mais 200 peças de bilro, atualmente no museu da universidade federal do Estado.

Presidente honorário da Comissão Catarinense de Folclore, também publicou livros sobre outros costumes.

Doralécio iniciou seus estudos com o historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo, ainda em Recife. Especialista em fotografia e tipografia, mudou-se para Santa Catarina aos 22 anos, após convite para ajudar na implantação da antiga Escola de Aprendizes Artífices, onde deu aula por duas décadas.

Na Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, "conheceu" sua segunda mulher. "Minha irmã trabalhava com o Doralécio e um dia deu meu telefone para ele, porque eu também era viúva", conta Olívia, com quem o folclorista vivia desde 1999.

Há quase dez anos, descobriu ter alzheimer. Morreu na quinta (30), de falência de múltiplos órgãos, aos 97. Além da viúva, deixa as três filhas (do primeiro casamento), quatro netos e dois bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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