Avanhandava ganha floricultura sob viaduto

Quem desce pela badalada rua Avanhandava, região central de São Paulo, encontra dois cenários opostos.

No quarteirão cheio de restaurantes, fartura de árvores e luzes, calçadas bem conservadas e pintura colorida recente. No seguinte, com prédios residenciais, as sombras do viaduto Dr. Plínio de Queirós e um amplo espaço debaixo dele que passou anos abandonado e degradado.

A partir do dia 22, esse espaço de 600 m² será inaugurado como um mercado de flores e uma praça, com plantas, assentos, vigilância 24 horas e nova iluminação.

As obras começaram há cinco meses e quem passa por ali já percebe mudanças: o muro alto que fechava tudo deu lugar a grades, que mantêm o espaço ventilado e iluminado; os tapumes pichados que cobriam a frente deram vez a uma fachada de madeira envernizada; e a área, que acumulava lixo e servia de abrigo a famílias sem-teto, é reformada.

As mudanças já são comemoradas por moradores e comerciantes. Eles acreditam que o local ficará mais seguro. Ali funciona como passagem para quem quer ir da Avanhandava à av. Nove de Julho, em frente a um ponto de ônibus. "Meu marido já foi assaltado embaixo deste viaduto. Com a floricultura, vai trazer mais movimento e claridade, então mais segurança", diz Anilse Almeida Conceição, 87, que mora na região há 55 anos e a percorre a pé.

Ela diz que nunca usa a passagem sob o viaduto, que liga as duas vias, por "medo".

O analista de qualidade Rogerio Teodoro Fernandes, 34, que também mora ali perto, toma a mesma precaução. "À noite, prefiro dar a volta no quarteirão para ir até o ponto de ônibus. Aqui é meio sinistro, não tenho confiança para passar debaixo."

Quem está fazendo as obras é o empresário Agnaldo José dos Santos, 42, que teve que deixar seu quiosque de flores na praça Roosevelt, onde estava há 20 anos, para a reforma iniciada em 2010.

Após vencer licitação da prefeitura, teve autorização para revitalizar a área - no que já investiu R$ 200 mil.