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Moradores e guardas civis entram em confronto na favela do Moinho

GCM diz que moradores apedrejaram carros da corporação após serem impedidos de reerguer casas

Prefeitura fará plantão na área para evitar novas ocupações após incêndio; ao menos 9 pessoas ficaram feridas

Fabio Braga/Folhapress
Após confronto, moradores da favela do Moinho, no centro de São Paulo, conversam com guardas-civis metropolitanos
Após confronto, moradores da favela do Moinho, no centro de São Paulo, conversam com guardas-civis metropolitanos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO “AGORA”

A favela do Moinho, na região central de São Paulo, que sofreu um incêndio na segunda-feira, foi palco ontem à noite de mais um protesto -o primeiro ocorreu na terça-feira. Ao menos nove moradores e guardas civis ficaram feridos.

Moradores tentavam construir novos barracos na área, mas foram impedidos por homens da Guarda Civil Metropolitana. Os moradores, que acusam os guardas de truculência, revidaram com paus e pedras.

"O pessoal estava tentando reconstruir umas casas e a prefeitura não deixou, pois há risco de placas de concreto caírem do viaduto [Orlando Murgel, interditado após o incêndio]. Aí o pessoal se revoltou e apedrejou nossos carros. Três guardas ficaram feridos com pedradas e foram encaminhados para hospitais", disse o guarda Jovelino Eduardo Junior.

À tarde, a prefeitura havia construído muros e colocado agentes da GCM de plantão para evitar novas ocupações. Segundo o inspetor Marcos Ferreira, comandante da ação, 85 agentes divididos em dois turnos passaram a ocupar a área, ininterruptamente.

No confronto à noite, a GCM usou bombas de efeito moral, gás de pimenta e balas de borracha para conter o protesto. Ao menos cinco moradores mostraram à reportagem ferimentos pelo corpo.

Segundo os moradores, um homem foi baleado na perna e precisou ser encaminhado ao pronto-socorro da Barra Funda (zona oeste).

A GCM diz que não foram usadas armas de fogo. A Polícia Militar, inclusive homens da Tropa de Choque, foi acionada, mas não chegou a se envolver no confronto.

O líder comunitário Humberto José Marques Rocha diz que a prefeitura está tentando isolar uma área ao redor do viaduto maior do que o necessário.

De acordo com a prefeitura, a ação objetiva, ainda, favorecer os trabalhos de recuperação do viaduto e o fluxo normal de trens -a linha 8-diamante da CPTM passa perto do local.

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