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Duas meninas ficam feridas com estilhaço de bala da polícia

Garotas de 11 e 14 anos foram atingidas nos olhos; PM abriu inquérito

AURÉLIO ARAÚJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Duas meninas -uma de 11, outra de 14 anos- foram atingidas por estilhaços de uma bala disparada por um policial militar durante ação na noite da última quarta-feira no Jardim Mitsutani, região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

Uma das crianças foi atingida no olho; a outra, no nariz e no olho.

Elas foram levadas pelos próprios policiais militares a um pronto-socorro da região, desacompanhadas dos pais. Mais tarde, deram entrada no Hospital do Campo Limpo, já com os responsáveis.

VERSÕES DIVERGENTES

As versões de familiares e da PM são divergentes.

De acordo com comunicado emitido pela corporação, havia uma ação em curso contra dois indivíduos no local. Dois outros homens perceberam a presença do carro da polícia e tentaram fugir numa moto.

O disparo, segundo a Polícia Militar, foi realizado nesse momento.

OUTRA VERSÃO

Essa versão é considerada "fantasiosa" por Regiane Francisco da Silva, 38, mãe de uma das meninas.

De acordo com ela, as garotas estavam na frente de sua loja, quando os PMs chegaram e pediram para as meninas encostarem na parede.

Regiane também afirma que não havia moto nem outras pessoas na rua no momento.

Segundo ela, a loja, que fica na parte da frente de sua casa, tinha acabado de fechar, e ela havia pedido à filha que fosse comprar detergente.

A menina se encontrou com as amigas e Regiane entrou. Pouco depois, os policiais chegaram ao local.

Quando Regiane ouviu o disparo, abriu a loja rapidamente. À sua frente, segundo ela, estava um policial apontando a arma.

"Ele ficou pedindo meus documentos. Entrei em casa para pegar e, nesse meio tempo, levaram as meninas no carro da polícia. Fui atrás."

Regiane diz acreditar que a insistência dos policiais por seus documentos era uma maneira de despistá-la, para que pudessem levar as crianças ao pronto-socorro e improvisar uma versão aos médicos.

Em nota, a Polícia Militar diz que "lamenta o ocorrido" e afirma que abriu inquérito para investigar o caso.

"A instituição [...] não compactua com nenhum tipo de irregularidade."

No caso da lesão no olho de sua filha, Regiane afirmou ter ouvido dos especialistas que ainda era preciso esperar o sangramento parar para saber a gravidade, mas que ela vai precisar de acompanhamento oftalmológico por muito tempo. A menina foi transferida para o Hospital das Clínicas.

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