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Prédios no centro de SP terão 2.440 moradias populares

Na lista estão edifícios que abrigaram os hotéis Cineasta, Lord e Cambridge

Prédio do Gigetto está sendo reformado pelos próprios donos para evitar a desapropriação de todo o edifício

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Eles já foram prédios disputados e reduto da classe alta paulistana. Alguns, abrigaram antigos hotéis imponentes. Hoje, após anos de degradação, se preparam para receber moradores que nos seus "anos áureos" não teriam condições de habitá-los.

Em breve, 2.440 apartamentos nesses prédios serão os novos endereços de moradores de baixa renda. Essas unidades estão em prédios como o que abriga a tradicional cantina Gigetto, na rua Avanhandava -que concentra restaurantes na região.

Ao edifício onde funciona o Gigetto se juntarão os prédios dos antigos hotéis Cineasta, na avenida São João -próximo à Ipiranga-, Lord, na rua das Palmeiras, e Cambridge, na av. Nove de Julho.

Essas 2.440 unidades de apartamentos populares estão hoje em fase de construção ou em projeto, no centro.

Entre prédios novos e os que estão sendo reformados para abrigá-las são 17 edifícios.

Desses, sete estão sendo feitos diretamente pela prefeitura. Os demais, em parceria com a iniciativa privada.

Em todos os casos o térreo dos prédios terá áreas comerciais -bancos, restaurantes e supermercados, por exemplo.

Estes são os primeiros de uma lista de 53 imóveis já localizados pela prefeitura no centro e onde é possível instalar residências. Com contratos assinados, ao próximo prefeito caberá só concluir as obras.

O objetivo é beneficiar famílias com renda de até dez salários mínimo. O deficit habitacional, segundo a Secretaria Municipal de Habitação, é de 226 mil casas populares.

Os detalhes do projeto serão apresentados quinta-feira, num seminário sobre a revitalização do centro que a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) promove na universidade Mackenzie.

Especialistas avaliam de forma positiva o projeto, mas fazem considerações sobre organização, segurança e viabilidade financeira dos condomínios.

GIGETTO

Em dois casos, os próprios donos dos edifícios decidiram reformar e vender os apartamentos. A medida evitou a desapropriação do imóvel que abriga o Gigetto, e como resultado, do restaurante.

Segundo o secretário de Habitação, Ricardo Pereira Leite, a prefeitura desapropriaria o prédio para reformá-lo e fazer apartamentos populares.

Porém, como o prédio não tem registro da incorporação, por ser da década de 1950, não seria possível desapropriar só os apartamentos e deixar a área do restaurante de fora.

"Os proprietários se juntaram e decidiram fazer a obra. Nossa única exigência foi que 20% dos apartamentos seja para famílias de até três salários mínimos", afirmou.

Se o prédio fosse desapropriado, o restaurante seria fechado e a área comercial, leiloada. Os donos do Gigetto poderiam entrar na licitação, mas não haveria garantia de que eles venceriam.

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