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PF vai apurar venda de virgindade por índias
Caso era investigado desde 2011 pela Polícia Civil do Amazonas, mas ninguém havia sido preso até ontem
Meninas dizem ter recebido R$ 20 e caixas de bombom; entre os suspeitos estão um ex-vereador e empresários
A Justiça do Amazonas decidiu levar à esfera federal dois inquéritos da Polícia Civil sobre relatos de meninas indígenas que afirmam ter vendido a virgindade por R$ 20 e caixas de bombom.
O caso foi revelado pela Folha em novembro e tramita sob segredo de Justiça.
A juíza Tânia Mara Granito, de São Gabriel da Cachoeira, acatou pedido da Procuradoria-Geral da República, sob o argumento de que a Polícia Federal é competente para apurar crimes contra os índios e de repercussão sociocultural na vida deles.
A solicitação se baseou em críticas do Conselho Tutelar sobre o andamento da apuração. O primeiro inquérito foi aberto em 2011, mas ninguém foi preso. Os suspeitos são empresários locais, um ex-vereador e um taxista.
Uma terceira investigação, sobre suposta participação de dois militares do Exército nos crimes de exploração sexual e estupro de vulnerável, continuou na esfera estadual.
O delegado Normando da Rocha Barbosa, responsável pelas investigações na Polícia Civil, disse que chegou a pedir a prisão de um dos suspeitos, mas ele está foragido.
Para a Polícia Civil, a federalização do caso não é um atestado de incompetência de sua apuração, mas apenas um entendimento sobre a esfera mais competente.