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Londres reduz mortes e faixas de pedestres

Educação no trânsito traz diminuição no número de vítimas fatais; já em São Paulo, campanha não atinge meta

Gestão Kassab tentou reduzir mortes em 50%, mas só conseguiu 12%; política britânica inclui consulta à população

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Londres, a cidade da faixa de pedestres mais famosa do mundo, tem cada vez menos listras brancas pintadas no asfalto. Mesmo assim, comemora um corte drástico no número de atropelamentos.

As mortes de pedestres nas ruas da capital britânica caíram de uma média anual de 136, registrada na década de 1990, para 77 em 2011.

A melhoria da sinalização é apontada como uma das principais causas da mudança, ao lado de campanhas educativas e do aumento da participação da sociedade na gestão do trânsito.

Imortalizadas pelo Beatles na capa do disco "Abbey Road", de 1969, as faixas horizontais têm sumido das ruas mais movimentadas de Londres.

Nesses locais, as travessias são comandadas por sinais luminosos para pedestres. No chão, discretas linhas pontilhadas mostram o lugar certo para atravessar.

Segundo o jornal "The Guardian", mais de mil faixas horizontais sumiram da paisagem britânica entre 2006 e 2010. No último ano, elas já haviam sido reduzidas a 51% do total de travessias na cidade, de acordo com a Transport for London.

A mudança é aprovada por engenheiros de tráfego e representantes de entidades de defesa dos pedestres.

"A substituição das zebras é um exemplo de avanço na gestão do trânsito e dá mais segurança a quem anda a pé", diz Mark Bunting, porta-voz da ONG Conselho de Segurança das Ruas de Londres.

A escolha do tipo de faixa é decidida por técnicos dos "boroughs", versão londrina das subprefeituras. As estatísticas de acidentes e atropelamentos são publicadas na internet, e a população pode opinar sobre as mudanças.

"Analisamos o fluxo das ruas para verificar o melhor tipo de travessia para cada uma delas", diz Kathryn King, responsável pela gestão de tráfego na região de Kensington e Chelsea.

Mesmo fora de moda, a faixa horizontal continua a atrair centenas de visitantes todos os dias para Abbey Road, no norte da cidade.

O ponto turístico só não é popular entre os motoristas, que são obrigados a parar a cada vez que um turista que pisa na zebra para tentar imitar a foto dos Beatles.

SÃO PAULO

Se Londres está apagando as faixas, em São Paulo o movimento é o contrário.

Somente na gestão Gilberto Kassab (PSD), que governou São Paulo entre (2006-2012) foram pintadas ou recuperadas 20.266 faixas de pedestre -a cidade tem por volta de 80 mil delas, distribuídas nos 17 mil km de vias.

O trabalho integrou a campanha de proteção ao pedestre, lançada com a meta de reduzir as mortes em 50%.

Mas, de acordo com o último balanço, com dados de janeiro até agosto, as mortes haviam caído apenas 12%.

Para especialistas, a cidade ainda não atingiu o nível dos países desenvolvidos e precisa de mais faixas.

"Elas são fundamentais para a segurança, sobretudo nas áreas residenciais. Outra questão é a visibilidade, como os pedestres podem ser vistos pelos motoristas", afirma Gordon Smith, professor da Universidade de Maryland (EUA) e especialista em estatísticas de trânsito.

Na campanha de SP, foram ampliadas as faixas de pedestres iluminadas. Hoje elas são apenas 3.989, ou 5% do total.

A gestão Fernando Haddad (PT) ainda não anunciou qual rumo vai dar para a campanha do pedestre. Mas em seu programa de governo há três promessas: ampliar o programa para a cidade toda, implantar semáforo de pedestres em todos os cruzamentos de maior fluxo e pintar faixas nas ruas que não têm.


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