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Bônus da AL sobem pelo 5º ano seguido
Papéis de países da região têm em 2006 valorização superior à dos mercados de títulos de renda fixa na Europa e na Ásia
Bônus latino-americanos duplicaram de valor
nos últimos cinco anos,
segundo levantamento
do JPMorgan Chase
LESTER PIMENTEL
VALERIE ROTA
DA BLOOMBERG
Os bônus latino-americanos
subiram pelo quinto ano consecutivo em 2006 e registraram
valorização superior à dos mercados de títulos de renda fixa na
Europa e na Ásia, uma vez que
as exportações recorde de petróleo, cobre e ouro ajudaram
os governos da América Latina
a quitar suas dívidas.
Os títulos da região denominados em dólares aumentaram
12,4% no ano passado, empurrando os rendimentos para baixas recordes em relação aos títulos do Tesouro dos EUA, segundo dados compilados pelo
JPMorgan Chase.
Foi o melhor desempenho
desses papéis desde 2004,
quando a dívida mobiliária da
América Latina rendeu um retorno de 13,3%. Os bônus latino-americanos duplicaram de
valor nos últimos cinco anos,
de acordo com o levantamento
do JPMorgan Chase.
""Vimos esses países agirem
com responsabilidade", afirmou Kristin Ceva, estrategista
de títulos de renda fixa da Payden & Rygel, empresa que administra mais de US$ 50 bilhões em ativos. ""Alguns [desses países] não tiveram essa atitude nos surtos cíclicos de crescimento anteriores."
Os governos da Argentina e
do Brasil quitaram mais de
US$ 25 bilhões em dívidas com
o FMI (Fundo Monetário Internacional) em dezembro de
2005, rompendo duas décadas
de dependência em relação à
instituição de crédito sediada
em Washington.
A alta de seus títulos poderá
se desacelerar neste ano, pressionada por preocupações de
que o ágio de rendimento em
relação ao dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos está baixo demais para remunerar os
riscos enfrentados pelos investidores ao aplicar nos mercados
emergentes.
Os bônus em dólares dos
mercados emergentes renderam em 2006, em média, 1,67
ponto percentual mais do que
os títulos do Tesouro americano, uma queda em relação aos
2,45 pontos percentuais de retorno vigentes no final de 2005
e aos 11,2 pontos percentuais
registrados no final de 2001,
quando a Argentina descumpriu os compromissos de sua
dívida.
Os bônus latino-americanos
denominados em dólares deram mais retorno no ano passado do que qualquer outro mercado de títulos de renda fixa negociados em dólares. Os bônus
em dólares comercializados
por países do Leste Europeu, da
África, do Oriente Médio e da
Ásia subiram 8,1%, segundo o
JPMorgan Chase.
Os bônus dos governos dos
países europeus desenvolvidos
deram um retorno de 11,7% em
dólares, de acordo com dados
da Merrill Lynch, enquanto os
títulos do Tesouro dos Estados
Unidos tiveram valorização de
3,2%.
As exportações desencadearam a aceleração do crescimento econômico dos países latino-americanos, além de aumentarem a arrecadação fiscal e as reservas cambiais de seus bancos
centrais. Os governos de Brasil,
Colômbia, México e Venezuela
empregaram os afluxos de dólares para reduzir a dívida externa antes do prazo.
""Os preços das commodities
fizeram alguns dos emitentes
de títulos dos mercados emergentes parecerem melhores
créditos", disse Arthur Byrnes,
presidente do conselho administrativo da Deltec Asset Management, empresa que administra cerca de US$ 800 milhões em ativos. Ele pretende
em 2007 deslocar mais recursos para bônus dos mercados
emergentes denominados em
moeda local para impulsionar
os retornos.
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