São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

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CONJUNTURA

Trabalhador que manteve emprego no Real melhorou salário; atividade industrial em SP cresceu 6,5% em 2000

"Sobrevivente" da indústria ganha 30% mais

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista cresceu 6,5% em 2000. Foi a maior taxa de crescimento desde 1994, ano de lançamento do Plano Real. Hoje a indústria de transformação vende quase o dobro do que naquele ano, mas gasta, com salários, praticamente a mesma quantia que desembolsava há seis anos.
No entanto, com a redução do quadro de funcionários, quem conseguiu manter seu emprego na indústria viu seu rendimento real subir, em média, 30%. Os números foram apresentados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Desde junho de 1994, o total de vendas da indústria cresceu, em termos reais, 78,8%. Apesar de ter enfrentado alguns períodos de forte retração, como em 1995, quando as vendas chegaram a cair 25% em dez meses, a tendência dos últimos seis anos na indústria foi de crescimento nas vendas.
No mesmo período, o total de salários pagos quase não sofreu alteração - subiu cerca de 5%. O salário médio das pessoas empregadas na indústria, no entanto, é hoje, em termos reais, 33% maior do que aquele pago em 1994.
"A indústria hoje emprega menos trabalhadores do que há alguns anos. Os que continuaram no setor, são mais especializados", disse a diretora da Fiesp Clarice Messer,
Clarice divulgou ontem o INA (Índice de Nível de Atividade) de dezembro. Segundo a pesquisa, feita pela Fiesp, a produção da indústria paulista caiu 2,2% no mês.
O resultado era esperado: nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro o nível de atividade da indústria, que sai do período de aquecimento das vendas de final de ano, tende a cair ou ser menor que o dos meses anteriores.

Crescimento
Em relação a dezembro de 1999, a produção foi 5,8% maior em dezembro do ano passado.
A previsão da Fiesp para o primeiro bimestre deste ano é que o nível de atividade da indústria cresça 0,7%. O resultado, segundo Clarice, é compatível com as previsões da entidade para a indústria neste ano: de continuidade da tendência de crescimento observada no ano passado (6,5%).
Em dezembro, todos os indicadores da indústria de transformação foram positivos -crescimento real das vendas de 17%, do salário médio real de 6,6% e do pessoal ocupado de 1,7%.


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