|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Imóvel, iate, avião e arte são alvos de investigação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Receita Federal pretende
abrir fiscalizações, neste ano, entre as pessoas físicas que compraram imóveis nos últimos anos
com o objetivo de descobrir eventuais crimes de sonegação.
"Existem verdadeiras cadeias de
sonegação no setor de construção
civil. Algumas empresas construtoras compram materiais com
preço subfaturado e vendem imóveis também subfaturados", disse
o coordenador de Fiscalização da
Receita, Paulo Ricardo Cardoso.
No caso das pessoas físicas, as
irregularidades vão desde a declaração de um valor de compra inferior ao real até a falta de declaração da aquisição do imóvel.
Segundo o coordenador, a Receita reuniu informações sobre os
clientes das construtoras nos últimos dois anos. Agora, a idéia é
cruzar esses dados com informações de cartórios e outros tipos de
dados disponíveis.
Também serão consideradas as
operações envolvendo compras
de iates, aeronaves e obras de arte.
"Muitas dessas compras são feitas
para lavar o dinheiro obtido com
atividades ilícitas."
No ano passado, as autuações
relacionadas a pessoas físicas foram de R$ 2,3 bilhões, um aumento de quase 92% em relação ao
ano de 2001. Um dos motivos para o aumento nos valores é o cruzamento eletrônico de informações, que, no caso das pessoas físicas, começou no ano passado.
Principalmente em relação aos
rendimentos declarados pelos
contribuintes, a Receita tem como
checar os dados com as informações enviadas pelos bancos sobre
as movimentações financeiras de
seus clientes.
Segundo Cardoso, a Receita deve continuar agindo sobre os profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados) para verificar a
emissão de notas fiscais. "Ainda
estão em andamento 3.500 ações
relativas a esses profissionais",
afirmou.
Mas a liderança nas autuações
entre as pessoas físicas continua
sendo do grupo "proprietários e
dirigentes de empresas". Nesse
caso, a principal irregularidade é a
omissão de rendimentos. No ano
passado, foram autuados 1.312
desses contribuintes, gerando
créditos para a Receita de R$
562,6 milhões.
Texto Anterior: Malha fina: Indústria passa bancos e é a mais autuada pela Receita Próximo Texto: Internet gratuita: Anatel conclui sua consulta pública e fará regulamento Índice
|