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Metal fecha mês com valorização de 4,63%, ante 2,33% do IGP-M; fundos DI ganham 1,97%, e poupança, 0,99%
Só ouro ganhou da inflação em janeiro
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudou o ano, mudou o governo, mas o ouro continua como o
líder das aplicações financeiras.
No mês de janeiro, o metal se valorizou em 4,63% e foi o único investimento que superou o IGP-M
(Índice Geral de Preços do Mercado), que subiu 2,33%.
Em seguida vieram os CDBs
(Certificados de Depósito Bancário), que renderam 2,0%.
Os fundos DI tiveram alta de
1,97%, e a poupança, de 0,99%. A
Bovespa foi a pior aplicação no
período, com queda de 2,91%, e o
dólar fechou o mês com desvalorização de 0,85%.
No mercado financeiro, o primeiro mês da gestão do novo presidente foi marcado principalmente pela volatilidade.
Nas duas primeiras semanas do
ano, a Bovespa subiu fortemente e
o dólar chegou a cair mais de 8%,
em razão principalmente do otimismo dos investidores e do afastamento dos temores que ainda
restavam de que alguma medida
econômica heterodoxa poderia
ser tomada pelo PT. "O novo governo assumiu sem grandes tumultos, e o mercado está se mostrando maduro. Mas o futuro ainda é incerto", afirma o consultor
financeiro Victor Zaremba.
Com o agravamento da crise internacional envolvendo o Iraque
na segunda quinzena do ano, as
tendências se inverteram e os ativos brasileiros foram punidos pelas incertezas externas.
Mas nos três últimos dias de janeiro alguns investimentos voltaram a se valorizar, principalmente em razão das quedas anteriores, consideradas exageradas pelos investidores, e das captações
externas feitas por bancos e empresas.
As oscilações foram consideradas normais pelos consultores,
principalmente levando-se em
conta o período de turbulência.
Perspectivas
Segundo Mauro Halfeld, professor de finanças da Universidade
Federal do Paraná, o ouro continua a ser uma alternativa interessante nos momentos de incertezas, apesar de o metal não superar
historicamente a inflação no longo prazo.
"Sempre o melhor conselho é a
diversificação. A Bovespa pode
mudar de um momento para outro e subir bastante, porque ainda
há ações baratas", disse Halfeld.
Para os consultores, é possível
que a inflação continue alta nos
próximos meses, devido às oscilações cambiais, que são repassadas
aos preços. Além disso, a volatilidade deve continuar, influenciada
pelos conflitos externos e também
pelas ações do governo.
"Se a reforma da Previdência,
por exemplo, for aprovada integralmente, sem fazer concessões,
de forma que solucione o problema do déficit previdenciário no
longo prazo, pode ser que tenhamos um choque de credibilidade,
com uma melhora geral dos investimentos", disse Zaremba.
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