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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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Metal fecha mês com valorização de 4,63%, ante 2,33% do IGP-M; fundos DI ganham 1,97%, e poupança, 0,99%

Só ouro ganhou da inflação em janeiro

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Mudou o ano, mudou o governo, mas o ouro continua como o líder das aplicações financeiras. No mês de janeiro, o metal se valorizou em 4,63% e foi o único investimento que superou o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), que subiu 2,33%.
Em seguida vieram os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que renderam 2,0%.
Os fundos DI tiveram alta de 1,97%, e a poupança, de 0,99%. A Bovespa foi a pior aplicação no período, com queda de 2,91%, e o dólar fechou o mês com desvalorização de 0,85%.
No mercado financeiro, o primeiro mês da gestão do novo presidente foi marcado principalmente pela volatilidade.
Nas duas primeiras semanas do ano, a Bovespa subiu fortemente e o dólar chegou a cair mais de 8%, em razão principalmente do otimismo dos investidores e do afastamento dos temores que ainda restavam de que alguma medida econômica heterodoxa poderia ser tomada pelo PT. "O novo governo assumiu sem grandes tumultos, e o mercado está se mostrando maduro. Mas o futuro ainda é incerto", afirma o consultor financeiro Victor Zaremba.
Com o agravamento da crise internacional envolvendo o Iraque na segunda quinzena do ano, as tendências se inverteram e os ativos brasileiros foram punidos pelas incertezas externas.
Mas nos três últimos dias de janeiro alguns investimentos voltaram a se valorizar, principalmente em razão das quedas anteriores, consideradas exageradas pelos investidores, e das captações externas feitas por bancos e empresas.
As oscilações foram consideradas normais pelos consultores, principalmente levando-se em conta o período de turbulência.

Perspectivas
Segundo Mauro Halfeld, professor de finanças da Universidade Federal do Paraná, o ouro continua a ser uma alternativa interessante nos momentos de incertezas, apesar de o metal não superar historicamente a inflação no longo prazo.
"Sempre o melhor conselho é a diversificação. A Bovespa pode mudar de um momento para outro e subir bastante, porque ainda há ações baratas", disse Halfeld.
Para os consultores, é possível que a inflação continue alta nos próximos meses, devido às oscilações cambiais, que são repassadas aos preços. Além disso, a volatilidade deve continuar, influenciada pelos conflitos externos e também pelas ações do governo.
"Se a reforma da Previdência, por exemplo, for aprovada integralmente, sem fazer concessões, de forma que solucione o problema do déficit previdenciário no longo prazo, pode ser que tenhamos um choque de credibilidade, com uma melhora geral dos investimentos", disse Zaremba.


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