|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RETOMADA
IBGE divulga hoje crescimento da economia no ano passado; mercado interno ampliou papel em relação às exportações
Analistas prevêem alta de 5% no PIB de 2004
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira cresceu
aproximadamente 5% no ano
passado; neste ano, o crescimento
deve ser menor, algo mais próximo de 3,5%, apontam as estimativas de analistas.
O IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) divulga
hoje os números do PIB (Produto
Interno Bruto -soma dos valores de todos os bens e serviços finais produzidos no ano) de 2004.
Se confirmadas as avaliações de
analistas e consultorias, a taxa de
crescimento do ano passado ficou
em cerca de 5%, depois de um
2003 em que a economia ficou
praticamente estagnada, com expansão de modesto 0,54%.
Os números que serão revelados hoje devem mostrar um padrão muito diferente de crescimento. Até 2003, a economia era
sustentada pelas exportações. De
fato, naquele ano, as vendas externas evitaram uma retração do
PIB. O Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), por exemplo, estima que, em 2003, a contribuição do mercado interno para o
crescimento tenha sido negativa
(-1,1 ponto percentual), enquanto
a da demanda externa foi positiva
em cerca de 1,6 ponto percentual,
o que garantiu o crescimento de
0,54% registrado naquele ano.
Em 2004, ainda segundo estimativas do Ipea, a contribuição
do mercado interno para o crescimento foi muito mais relevante:
ele deve ter sido responsável por
quatro pontos percentuais do
crescimento estimado em 5,2%.
No último trimestre do ano,
ainda segundo o Ipea, o que surpreendeu os analistas foi a inesperada queda da taxa de crescimento dos investimentos. Eles devem
ter crescido bem menos de 10%,
número inferior aos 13,7% estimados pelo instituto em dezembro. "Vários dados divulgados
após aquele período mostram
uma desaceleração do ritmo do
investimento", diz Estêvão Kopschitz, economista do Ipea.
Os economistas da Tendência
também esperam desaceleração
do investimento, mas fazem a ressalva de que, ainda que o resultado seja ruim no último trimestre,
a alta no ano é considerável. Em
2004, mostram as estimativas da
consultoria, os investimentos devem ter crescido algo em torno de
8,6%, o que elevaria a taxa de investimento para 19% do PIB, ainda baixa, mas superior aos 17,8%
de 2003.
Neste ano, também segundo a
Tendências, o resultado deve ser
mais moderado, com a economia
se expandindo apenas 3,5%. "[Indicadores como] o movimento
das estradas, a produção de veículos e de papel ondulado apontam
queda em janeiro em relação a dezembro", lembra Juan Jensen,
analista da consultoria.
Ele avalia que parte da queda é
explicada pelo movimento forte
de dezembro, que levou produtores a se ajustarem no mês de janeiro. Ainda assim, ele estima que a
desaceleração da indústria e a alta
de juros devam contribuir para
que o crescimento deste ano seja
mais modesto.
Sérgio Vale, da MB Associados,
também projeta crescimento
maior neste ano, quando a economia deve se expandir, na avaliação dele, 3,5%. Vale espera que o
IBGE divulgue hoje taxa de crescimento muito próximo aos 5% para 2004. " A política monetária,
que estendeu a alta de juros por
mais tempo do que o esperado
[anteriormente], vai ter impactos
negativos no nível de atividade no
segundo semestre", disse Vale.
Colaborou Maeli Prado,
da Reportagem Local
Texto Anterior: Automóveis: Fiat registra prejuízo menor em 2004 Próximo Texto: Impostos: Declaração do IR já pode ser entregue hoje Índice
|