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TURBULÊNCIA
Entidade internacional recomenda teto menor para iniciar estoques de emergência; banco vê ameaça de "superpicos" no preço
Agência dá alerta sobre riscos do petróleo
DA REDAÇÃO
A IEA (Agência Internacional
de Energia, na sigla em inglês) vai
divulgar no próximo mês um estudo em que defende que os países importadores de petróleo devem fazer estoques de emergência
do combustível, caso a oferta
mundial do produto caia em 1 milhão ou 2 milhões de barris/dia.
Esse limite fica bem abaixo do
teto oficial para começar esse tipo
de racionamento, que é de 7% da
oferta mundial de petróleo, ou 6
milhões de barris por dia. A queda sugerida como teto pela IEA
equivale à que aconteceu durante
a Guerra do Iraque (2003) e durante a greve na Venezuela (2002),
por exemplo. A agência sugere
que os países implantem políticas
de restrição de demanda, como
rodízio de carros ou semanas de
trabalho mais curtas.
O petróleo subiu 2,6% e passou
de US$ 55 ontem na Bolsa de Nova York, após um relatório do
Goldman Sachs afirmando que o
combustível entrou em um período de "superpicos" e pode atingir
US$ 105.
A alta foi causada também pela
preocupação com estoques menores de gasolina antes do verão
americano, quando aumenta a
demanda, e pelo movimento de
compra devido à queda do dólar.
O barril de referência da Bolsa
de Nova York fechou a US$ 55,40,
mas atingiu pico de US$ 56,10 durante o dia. Em Londres, o barril
do tipo Brent fechou com cotação
de US$ 54,29, alta de 4,2%.
"Superpicos"
Segundo o relatório do Goldman Sachs, divulgado ontem o
petróleo entrou em um movimento de "superpicos", o que significa um período de vários anos
com uma faixa de preços alta o suficiente para reduzir o consumo
de energia. Com isso, eventualmente seria alcançada uma capacidade excedente confortável, que
tranqüilizaria os mercados e levaria os preços a registrar queda.
O banco também aumentou a
sua previsão para o preço do barril de petróleo da Bolsa de Nova
York, para este ano e o próximo,
para US$ 50 e US$ 55, respectivamente, ante previsão anterior de
US$ 41 e US$ 40.
O petróleo registrou um preço
médio de US$ 50,02 até agora neste ano, contra média recorde de
US$ 41,48 no ano passado.
Recorde da Petrobras
A Petrobras divulgou ontem
que bateu recorde na produção
diária de petróleo no Brasil, com
1.650.947 barris. O feito ocorreu
pouco antes do previsto.
No último dia 16, o presidente
da Petrobras, José Eduardo Dutra, já afirmava que a estatal deveria bater o seu recorde de produção diária, mas a previsão era para
este mês. Na ocasião, Dutra reafirmou que a auto-suficiência em
petróleo pelo Brasil só deve ser alcançada em 2006.
O novo recorde de produção representa um aumento de 10,5%
em relação à média diária de 2004.
Em nota, a Petrobras informou
que o recorde foi obtido por causa
da entrada em operação das plataformas P-43 (campo de Barracuda), em dezembro 2004 e P-48
(campo de Caratinga), em fevereiro último, além da "elevada"
eficiência operacional das demais
plataformas da bacia de Campos.
O anúncio do recorde de produção ocorreu no dia em que os petroleiros iniciaram uma paralisação de 24 horas para pressionar a
Petrobras a elevar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados)
paga aos trabalhadores.
A assessoria da Petrobras informou que não existe hipótese de
haver desabastecimento de combustíveis no país por causa da paralisação dos trabalhadores.
Colaborou a Folha Online
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