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COMÉRCIO
OMC autorizou medida devido à Emenda Byrd
UE e Canadá impõem tarifa de retaliação contra Estados Unidos
DA REDAÇÃO
A União Européia e o Canadá
anunciaram ontem que vão impor tarifa de 15% sobre diversos
produtos dos Estados Unidos em
retaliação à chamada Emenda
Byrd, que já havia sido considerada ilegal pela OMC (Organização
Mundial do Comércio).
A Emenda Byrd permite que o
governo distribua a empresas
prejudicadas por produtos de outros países supostamente vendidos abaixo do preço de custo as
tarifas aplicadas a esses produtos.
A OMC decidiu que a emenda
era ilegal em 2002 e deu prazo até
o final de 2003 para que os EUA
eliminassem o mecanismo. Os Estados Unidos mantiveram a lei e,
no ano passado, oito países obtiveram o direito de retaliar. Além
da UE e do Canadá, a retaliação
pode ser aplicada por Brasil, Chile, Índia, Japão, Coréia do Sul e
México.
As tarifas impostas pela UE
atingirão produtos como têxteis,
maquinário, papelaria e milho e
devem gerar receita de US$ 28 milhões por ano. Elas começarão a
ser recolhidas em 1º de maio. Já o
Canadá recolherá cerca de US$
11,6 milhões em tarifas.
O governo Bush já propôs três
vezes ao Congresso americano retirar a Emenda Byrd, mas a lei é
bastante popular entre os congressistas. Apoiadores do programa querem que o governo negocie um acordo nas discussões de
comércio mundial que permita
que a emenda seja mantida. Já foi
distribuído mais de US$ 1 bilhão a
fabricantes americanas dentro do
programa da Emenda Byrd.
Richard Mills, porta-voz do secretário de Comércio dos EUA,
disse que o governo Bush estava
"desapontado" com a decisão dos
países de retaliar e que "os Estados Unidos estão trabalhando para se adequar à decisão da OMC a
respeito da Emenda Byrd".
Brasil
O Brasil já preparou a lista de
produtos importados dos Estados
Unidos que poderão ser retaliados com a cobrança de impostos
para compensar as perdas comerciais que sofreu por causa da
Emenda Byrd.
Mas o governo não pretende
utilizar imediatamente o poder de
retaliação autorizado pela OMC,
conforme informaram especialistas do Itamaraty.
Apesar da decisão de ontem da
União Européia, o governo brasileiro prefere esperar o resultado
de um projeto de lei que tramita
no Congresso americano para
suspender a Emenda Byrd.
A prática do Itamaraty nesses
casos é de procurar soluções que
criem comércio, e não soluções
que travem ainda mais as trocas.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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