São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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Movimentos sociais reclamam de penúria

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE


A reunião anual do BID é marcada por um contraste. Enquanto os movimentos sociais não conseguiram dos governos federal, estadual e municipal nenhum tipo de apoio para a realização de um evento paralelo e de manifestações contra a política das instituições multilaterais, os participantes do evento BID (9.000 inscritos) têm até metrô de graça e exclusivo para levá-los ao Expominas, o local das reuniões.
Em Belo Horizonte, os movimentos sociais sempre encontraram guarida da prefeitura nos últimos 14 anos, tempo que o PT administra a cidade. Agora, segundo Dirlene Marques, professora de economia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e representante do Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial, os movimentos sociais obtiveram "absolutamente nada."
O governador Aécio Neves (PSDB-MG) e o prefeito Fernando Pimentel (PT) investiram alto no evento, apostando que a reunião poderá atrair muitos outros eventos no futuro. Só na organização foram gastos R$ 60 milhões.
Uma linha do metrô de superfície foi colocada à disposição dos participantes. O trem com três vagões circula das 8h15 às 20h. Basta ter a credencial do evento para ser atendido. Vans levam os passageiros dos hotéis até a praça da Estação, no centro da cidade.
Seguranças e recepcionistas acompanham os passageiros, inclusive dentro dos vagões. Em oito minutos chega-se à Expominas. As recepcionistas e os seguranças conduzem os passageiros até a passarela que liga diretamente a estação ao evento. Cerca de 6.000 pessoas estão credenciadas para trabalhar no evento. Há recepcionistas bilíngües por todo canto, 2.400 PMs, 172 policiais civis e 470 agentes da PF.
Já os cerca de 2.000 manifestantes dos movimentos sociais terão que se contentar com o saguão da Assembléia, já que o espaço em que queriam fazer seu encontro, a praça da Estação, não foi liberado. Por conta da falta de assistência, dez integrantes dos movimentos sociais fazem greve de fome na praça da Liberdade. (PP e MB)

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