São Paulo, sábado, 01 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda encerra março vendida a R$ 2,165; DI e renda fixa vêm na seqüência, e Bolsa perde 1,71%

Dólar lidera aplicações com alta de 1,26%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com a forte baixa de 1,10% de ontem, o dólar chegou ao fim do mês com uma alta mensal superior aos outros segmentos do mercado financeiro, vendido a R$ 2,165. A moeda norte-americana teve valorização de 1,26% em março.
Na outra ponta, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o mês no vermelho, com perdas de 1,71%.
Os fundos DI e os de renda fixa estiveram entre as melhores opções de março, com rentabilidades médias de 1,22% e 1,21%, respectivamente.
Os CDBs (Certificados de Depósito bancário) chegaram a pagar 1,18% no mês. Todos essas aplicações acompanham a variação das taxas de juros.
A inflação medida pelo IGP-M ficou negativa em 0,23% no mês, o que favoreceu os ganhos reais das aplicações.
A última semana do mês foi marcada por muita volatilidade. As mudanças no Ministério da Fazenda -com a saída de Antonio Palocci do comando e a nomeação de Guido Mantega para seu lugar- agitaram os investidores. O banco americano JP Morgan chegou a recomendar a seus clientes a redução da exposição a títulos brasileiros.
"Passamos por um mês difícil, que culminou com as mudanças no Ministério da Fazenda. E isso tudo prejudicou a Bovespa", afirma Charles Philipp, diretor da corretora SLW. Além do fator interno, Philipp lembra que "nas últimas semanas, no exterior, houve bastante especulação em torno das taxas de juros norte-americanas", o que foi ruim para os ativos de emergentes.
Apesar do fraco desempenho da Bolsa de Valores em março, o Ibovespa -principal referência do mercado, que reúne as 57 ações mais negociadas- acumula valorização de 13,44% em 2006. Já o dólar tem perdas de 6,88% diante do real no ano.
Os fundos de renda fixa -a maior categoria do mercado, que concentra cerca de 40% do patrimônio de toda a indústria de fundos- têm rentabilidade média de 3,94% no ano.
Como os juros estão em rota de queda, o mercado acionário acaba por ganhar atratividade extra. A taxa básica da economia, a Selic, está em 16,50% anuais. A previsão média das instituições financeiras é a de que a Selic alcance os 14,50% no fim de 2006.
"Teremos um período de bastante volatilidade daqui para o fim do ano. No segundo semestre, as eleições presidenciais devem monopolizar as atenções", afirma Philipp.

Em alta
Ontem, no último pregão do mês, a Bovespa registrou alta de 0,46%. Mas o volume financeiro não foi muito forte: ficou em R$ 1,75 bilhão. O giro médio diário da Bolsa neste ano está em R$ 2,35 bilhões.
A ação ON (ordinária, com direito a voto) do Banco do Brasil liderou as altas ontem, com valorização de 8,61%. Logo atrás, recuperando recentes perdas, ficou o papel ON da Light (8,27%). O papel Embraer ON foi o que mais caiu (3,36%).

Câmbio
Em março, o Banco Central diminuiu consideravelmente suas atuações no mercado de câmbio.
Os leilões de "swap cambial reverso" deixaram de ser realizados. Esses contratos, que têm o efeito de compras de dólares no mercado futuro, ajudavam a evitar uma apreciação mais consistente do real. Mesmo assim, o dólar subiu em março.
Se a autoridade monetária seguir fora do mercado cambial -nos últimos dias, também não tem sido comprada moeda diretamente das instituições financeiras-, há risco de o dólar voltar a perder força diante do real. Mas isso desde que não haja novas turbulências nos cenários interno e externo.


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