|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Moeda encerra março vendida a R$ 2,165; DI e renda fixa vêm na seqüência, e Bolsa perde 1,71%
Dólar lidera aplicações com alta de 1,26%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com a forte baixa de
1,10% de ontem, o dólar chegou
ao fim do mês com uma alta mensal superior aos outros segmentos
do mercado financeiro, vendido a
R$ 2,165. A moeda norte-americana teve valorização de 1,26% em
março.
Na outra ponta, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o mês
no vermelho, com perdas de
1,71%.
Os fundos DI e os de renda fixa
estiveram entre as melhores opções de março, com rentabilidades médias de 1,22% e 1,21%, respectivamente.
Os CDBs (Certificados de Depósito bancário) chegaram a pagar
1,18% no mês. Todos essas aplicações acompanham a variação das
taxas de juros.
A inflação medida pelo IGP-M
ficou negativa em 0,23% no mês,
o que favoreceu os ganhos reais
das aplicações.
A última semana do mês foi
marcada por muita volatilidade.
As mudanças no Ministério da
Fazenda -com a saída de Antonio Palocci do comando e a nomeação de Guido Mantega para
seu lugar- agitaram os investidores. O banco americano JP
Morgan chegou a recomendar a
seus clientes a redução da exposição a títulos brasileiros.
"Passamos por um mês difícil,
que culminou com as mudanças
no Ministério da Fazenda. E isso
tudo prejudicou a Bovespa", afirma Charles Philipp, diretor da
corretora SLW. Além do fator interno, Philipp lembra que "nas últimas semanas, no exterior, houve
bastante especulação em torno
das taxas de juros norte-americanas", o que foi ruim para os ativos
de emergentes.
Apesar do fraco desempenho da
Bolsa de Valores em março, o Ibovespa -principal referência do
mercado, que reúne as 57 ações
mais negociadas- acumula valorização de 13,44% em 2006. Já o
dólar tem perdas de 6,88% diante
do real no ano.
Os fundos de renda fixa -a
maior categoria do mercado, que
concentra cerca de 40% do patrimônio de toda a indústria de fundos- têm rentabilidade média
de 3,94% no ano.
Como os juros estão em rota de
queda, o mercado acionário acaba por ganhar atratividade extra.
A taxa básica da economia, a Selic,
está em 16,50% anuais. A previsão
média das instituições financeiras
é a de que a Selic alcance os
14,50% no fim de 2006.
"Teremos um período de bastante volatilidade daqui para o
fim do ano. No segundo semestre,
as eleições presidenciais devem
monopolizar as atenções", afirma
Philipp.
Em alta
Ontem, no último pregão do
mês, a Bovespa registrou alta de
0,46%. Mas o volume financeiro
não foi muito forte: ficou em R$
1,75 bilhão. O giro médio diário
da Bolsa neste ano está em R$ 2,35
bilhões.
A ação ON (ordinária, com direito a voto) do Banco do Brasil liderou as altas ontem, com valorização de 8,61%. Logo atrás, recuperando recentes perdas, ficou o
papel ON da Light (8,27%). O papel Embraer ON foi o que mais
caiu (3,36%).
Câmbio
Em março, o Banco Central diminuiu consideravelmente suas
atuações no mercado de câmbio.
Os leilões de "swap cambial reverso" deixaram de ser realizados.
Esses contratos, que têm o efeito
de compras de dólares no mercado futuro, ajudavam a evitar uma
apreciação mais consistente do
real. Mesmo assim, o dólar subiu
em março.
Se a autoridade monetária seguir fora do mercado cambial
-nos últimos dias, também não
tem sido comprada moeda diretamente das instituições financeiras-, há risco de o dólar voltar a
perder força diante do real. Mas
isso desde que não haja novas turbulências nos cenários interno e
externo.
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Isenção de IR dá R$ 3 bi de ganho com juro menor Índice
|