São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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no brasil

Crises tornaram bancos mais conservadores

DA REPORTAGEM LOCAL

Hiperinflação, uma sucessão de planos econômicos heterodoxos, 20 anos de crises -México, Ásia, Rússia, Brasil e Argentina- e os programas de saneamento aos bancos estatais (Proes) e privados (Proer) tornaram as instituições brasileiras sobreviventes mais resistentes e mais conservadoras na análise de seu risco do que as americanas. Por uma necessidade, a regulação e a auto-regulação bancária tiveram de se aperfeiçoar.
E tudo isso somado ao fato de que o maior tomador de crédito no país foi sempre o governo. O mercado varejista de crédito ainda engatinha. O financiamento imobiliário de baixo risco não foi completamente explorado, muito menos o de alto risco, que deu origem à crise das hipotecas nos EUA.
"Diria que os bancos brasileiros são conservadores e que estão separados desse risco lá fora. Estão mostrando, cada vez mais, que estão entre os mais sólidos do mundo. Produto da capacidade de gestão, investimento em sistema de risco de crédito, operacional e de liquidez", disse Erivelto Rodrigues, presidente da consultoria Austin Rating.
Para Nicola Tingas, economista da Febraban, práticas modernas como de marcação a mercado, em que o preço dos ativos são contabilizados pelo valor de venda, mostram falhas, que terão de ser repensadas até no Brasil.
"O sistema de marcação a mercado, que foi uma evolução, mostrou que tira a valorização das carteiras, que podem virar pó. Dá a falsa impressão de que tudo é podre. Vira uma profecia que se auto-realiza."


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