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Bolsa vira no final do pregão e fecha em alta de 0,85%
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo passou boa parte do dia
em queda, ontem, mas se recuperou no final do pregão e fechou em alta de 0,85%, aos
60.968 pontos.
Pela manhã, quando o tom
no mercado era de hesitação, a
Bovespa chegou a escorregar
para baixo dos 60 mil pontos
(patamar mínimo de 59.916
pontos); depois, o bom humor
em Wall Street acabou contagiando. "Temos visto uma volatilidade muito forte desde novembro. Então, a cautela prevalece. Está todo mundo só "no
caldo de galinha'", diz Marcelo
de Faro, gerente de negociações eletrônicas da corretora
Intra. O dólar comercial teve
uma valorização de 0,57%, vendido a R$ 1,753.
Enquanto a Bolsa paulista
acumulou uma queda de 3,97%
em março, a moeda americana
teve alta de 3,67%.
Entre as incertezas que têm
preocupado o mercado, está o
rumo da taxa de juros no Brasil.
Segundo o relatório Focus, elaborado semanalmente pelo
Banco Central e divulgado ontem, os analistas esperam que
haja uma elevação da Selic neste ano - no entanto, ainda não
há um consenso de previsões
sobre quando se daria esse aumento. "Juros mais altos se traduzem em desestímulo à compra de ações", explica Faro. Isso
porque o resultado das companhias é afetado pelo encarecimento dos empréstimos que
elas contratam para fazer investimentos e também pela diminuição dos gastos do consumidor.
Nesse contexto, a pesquisa
realizada pela FGV (Fundação
Getulio Vargas), que também
saiu nesta segunda-feira e mostra um crescimento da utilização da capacidade instalada da
indústria, contribuiu para perturbar mais os ânimos.
"A semana está repleta de indicadores que dizem respeito à
economia brasileira e à americana. A melhor atitude que os
pequenos investidores podem
tomar neste momento é ficar
em cima do muro [até que haja
maiores definições do cenário].
É o que estamos vendo acontecer", comenta Faro.
Nos Estados Unidos, o que
animou ontem foi o índice de
atividade manufatureira da região de Chicago, medido por
uma consultoria: subiu de 44,5
pontos em fevereiro para 48,2
pontos neste mês. A Bolsa de
Nova York avançou 0,38%, e a
Nasdaq (onde se negociam
ações de empresas de tecnologia) subiu 0,79%.
Amanhã sai mais um índice
de produção industrial norte-americana e, na quinta, haverá
o do setor de serviços. Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central
dos EUA), fala a um comitê do
Senado amanhã.
Hoje, a FGV divulga o seu
IPC-S (Índice de Preços ao
Consumidor Semanal) e o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) informa o ritmo de crescimento da
produção das fábricas.
"Todos esses dados podem
esclarecer melhor como está a
saúde da economia americana
e o ritmo de crescimento do
Brasil", afirma Faro.
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