São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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Bolsa vira no final do pregão e fecha em alta de 0,85%

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo passou boa parte do dia em queda, ontem, mas se recuperou no final do pregão e fechou em alta de 0,85%, aos 60.968 pontos.
Pela manhã, quando o tom no mercado era de hesitação, a Bovespa chegou a escorregar para baixo dos 60 mil pontos (patamar mínimo de 59.916 pontos); depois, o bom humor em Wall Street acabou contagiando. "Temos visto uma volatilidade muito forte desde novembro. Então, a cautela prevalece. Está todo mundo só "no caldo de galinha'", diz Marcelo de Faro, gerente de negociações eletrônicas da corretora Intra. O dólar comercial teve uma valorização de 0,57%, vendido a R$ 1,753.
Enquanto a Bolsa paulista acumulou uma queda de 3,97% em março, a moeda americana teve alta de 3,67%.
Entre as incertezas que têm preocupado o mercado, está o rumo da taxa de juros no Brasil. Segundo o relatório Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central e divulgado ontem, os analistas esperam que haja uma elevação da Selic neste ano - no entanto, ainda não há um consenso de previsões sobre quando se daria esse aumento. "Juros mais altos se traduzem em desestímulo à compra de ações", explica Faro. Isso porque o resultado das companhias é afetado pelo encarecimento dos empréstimos que elas contratam para fazer investimentos e também pela diminuição dos gastos do consumidor.
Nesse contexto, a pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas), que também saiu nesta segunda-feira e mostra um crescimento da utilização da capacidade instalada da indústria, contribuiu para perturbar mais os ânimos.
"A semana está repleta de indicadores que dizem respeito à economia brasileira e à americana. A melhor atitude que os pequenos investidores podem tomar neste momento é ficar em cima do muro [até que haja maiores definições do cenário]. É o que estamos vendo acontecer", comenta Faro.
Nos Estados Unidos, o que animou ontem foi o índice de atividade manufatureira da região de Chicago, medido por uma consultoria: subiu de 44,5 pontos em fevereiro para 48,2 pontos neste mês. A Bolsa de Nova York avançou 0,38%, e a Nasdaq (onde se negociam ações de empresas de tecnologia) subiu 0,79%.
Amanhã sai mais um índice de produção industrial norte-americana e, na quinta, haverá o do setor de serviços. Ben Bernanke, presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), fala a um comitê do Senado amanhã.
Hoje, a FGV divulga o seu IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informa o ritmo de crescimento da produção das fábricas.
"Todos esses dados podem esclarecer melhor como está a saúde da economia americana e o ritmo de crescimento do Brasil", afirma Faro.


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